De acordo com os "ritos" da justiça, após o sorteio do júri popular, acusação e defesa podem dispensar até três jurados sem necessidade de justificativas e a defesa dos assassinos confessos do caso escolheu dispensar todas as mulheres sorteadas.
Ou seja, um mecanismo arbitrário que rege o funcionamento do júri popular, sobre o qual ninguém pode sequer opinar, mas que serve para a defesa dos milicianos buscar condições mais favoráveis de garantir a impunidade.
Marielle e Andreson foram brutalmente assassinados em 2018, durante a Intervenção Federal do governo Temer no RJ.
O Estado é responsável por esse crime bárbaro, que vem sendo acompanhado de maneira pouco clara pela Polícia e pela Justiça.
Vários delegados foram trocados, diversas tentativas de interferência no processo e uma total falta de lisura na apuração que a cada dia se mostra incapaz de garantir respostas e reforça a impunidade dos mandantes, ainda sem julgamento.
Ao longo destes anos, a imprensa independente vem defendendo uma investigação independente, juntamente com o PSOL, organismos de direitos humanos, representantes dos sindicatos, intelectuais especialistas na crise social do Rio de Janeiro e outros setores que tenham legitimidade popular, com total transparência e acompanhada por familiares.
Para essa investigação independente precisam ser garantidos pelo Estado todos os recursos necessários, assim como o acesso aos arquivos de investigação, a contratação de peritos independentes, a participação nas produções de provas, além de entrevistas com as testemunhas e acesso a todo o tipo de informação que esteja hoje nas mãos das instituições do Estado.
Entendemos que essa é a forma de punir os milicianos e seus mandantes, que têm as mãos sujas de sangue com esse crime, assim como também o próprio Estado que sustenta tudo isso e é responsável por esse absurdo.
Fonte: Rede Internacional/Esquerda Diário