segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Exposição de Diego Mouro "E também as flores" chama a atenção para o impacto de manifestações afro-brasileiras no mundo contemporâneo

 Imagens: Reproduções

Diego Mouro

Em sua produção mais recente, o artista plástico paulista Diego Mouro mergulhou na tradição, tão intrinsecamente mineira, da congada e dos reinados. Ele apresenta na Mitre Galeria, em Belo Horizonte,  a exposição “E também as flores”, com 15 pinturas a óleo que têm uma centralidade, como o título indica, naquelas plantas – alusão objetiva a Nossa Senhora do Rosário –, mas também dizem da cultura e da religiosidade afro-brasileiras.

Em agosto de 2024, o congado foi reconhecido como patrimônio cultural, reforçando a relevância dessas tradições para a identidade do país. Mouro resgata não apenas a memória dessas fraternidades, mas também traça um paralelo entre a tradição e o presente, colocando a flor como símbolo de devoção e resistência. Ele observa que as flores são presença marcante na pintura a óleo, linguagem artística a que se dedica.



“Nesse conjunto, falo um pouco sobre os reinados, a congada. Retrato esse universo enfatizando a fé colocada nas flores ofertadas a Nossa Senhora do Rosário como símbolo de liberdade e crença”, diz.

Mouro nasceu em São Bernardo do Campo (SP), mas sua família é do interior de Minas, o que explica, em parte, seu interesse por essas manifestações. O artista carrega a lembrança afetiva dos tambores e dos cortejos, mas pontua que sua exposição vai além da memória.
Fonte: O Estado de Minas (Matéria completa)