segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Meteorango Kid, totalmente restaurado, é relançado no Festival de Brasília

Imagens: Reprodução 

55 anos após ganhar o prêmio de melhor filme na escolha do público, o herói intergaláctico de André Luiz Oliveira volta ao Cine Brasília inteiramente restaurado


55 anos após ganhar o prêmio especial do júri e de melhor filme na opinião do público, Meteorango Kid – O Herói Intergaláctico, o clássico do cinema marginal dirigido por André Luiz Oliveira retorna ao Festival de Brasília onde foi relançado ontem, domingo, 1º de dezembro, inteiramente restaurado, nas telas do Cine Brasília. "Parece um outro filme, a imagem vem para a frente", diz o cineasta.

Em 1969, a censura tentou até o último momento impedir a exibição do filme no festival e Meteorango só seria lançado comercialmente três anos depois. Segundo André, acabaram decidindo exibir o filme com a presença dos censores na cabine de projeção, para controlar a altura do som durante os diálogos "indesejáveis".

O cinema marginal ou udigrúdi, uma gozação dos brasileiros com o termo underground, surgiu durante a ditadura militar após a decretação do AI-5 e a intensificação da tortura e da censura no país. Cineastas muito jovens (André Luiz tinha 21) voltavam suas câmeras para personagens igualmente jovens e sem rumo. Não à toa, André preferia que existisse o termo "cinema desesperado" para definir o período.

A trama se passa no dia do aniversário do Meteorango Lula (Lula Martins), um estudante universitário que nos lembra nossa própria fase de estudantes universitários magricelas e fumando maconha com os colegas no colchão instalado na sala da república. O anti-herói intergaláctico é uma espécie de versão tropical do Mersault de Albert Camus, um existencialista sob o sol de Salvador, se rebelando, gargalhando ou tirando melecas

O público do festival de Brasília pode assistir pela primeira vez a cópia em 4K (altíssima resolução) de Meteorango.

Fonte: Revista Fórum