quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Livro reúne 80 poetas de várias gerações em Louvação a Torquato Neto

Imagens: Reprodução

Livro "Só quero saber do que pode dar certo" destaca a obra do multiartista e pioneiro da Tropicália em diálogo com autores contemporâneos.

Torquato Neto, figura central do movimento tropicalista  que tirou a própria vida aos 28 anos,  permanece presente e pulsante – esta percepção, somada à efeméride, levou o poeta paulista Tarso de Melo a idealizar o livro “Só quero saber do que pode dar certo: oitenta vozes vezes Torquato Neto” (Editora Impressões de Minas).

Melo convocou o colega piauiense Thiago E, conterrâneo de Torquato, para juntos organizarem a recém-lançada publicação, que, na prática, contém três livros. O eixo central é a antologia de poesia contemporânea com 80 artistas – poetas, sobretudo –, convidados a escrever textos que, de alguma forma, dialogam com a produção do tropicalista. Torquato compôs “Louvação” e “Geleia geral” (com Gilberto Gil), “Pra dizer adeus” (com Edu Lobo) e “Mamãe, coragem” (com Caetano Veloso), entre outros clássicos da MPB.

A lista dos 80 inclui nomes de todas as regiões do país, de diferentes gerações e perfis, com equilíbrio de gêneros. Ailton Krenak, Arnaldo Antunes, Edimilson de Almeida Pereira, Estrela Leminski, Micheliny Verunschk, Nicolas Behr, Pedro Bomba e Ricardo Aleixo, além dos próprios organizadores, são alguns dos autores. Com poemas em sua maioria, há também espaço para expressões vinculadas às artes visuais.

“A antologia mostra as variedades possíveis de diálogos que ainda estão sendo feitos com a obra de Torquato Neto, o que inclui desde poetas jovens, de vinte e poucos anos, até nomes da geração dele”, diz Melo.


“Um jovem que ouve 'Go back' (poema dele musicado por Sérgio Britto, dos Titãs) não tem como imaginar que foi escrito há 50 anos. Coisas do Torquato parecem feitas agora. É difícil se destacar como poeta na geração de Caetano, Chico Buarque, Capinan e Duda Machado – para falar só dos letristas –, mas ele não só se destacou, como é o xodó desta turma”, observa.


Fonte: O Estado de Minas