domingo, 29 de dezembro de 2024

Dois curtas-metragens sobre duas mulheres extraordinárias estão no Oscar 2025

Imagens: Reprodução

Impedida de falar pelo autismo, Makayla Cain, de 14 anos, dialoga com o mundo por meio de um quadro de letras

 A voz de Makayla: Uma carta ao mundo”, de Julio Palacios. A produção é centrada em Makayla Cain, adolescente de 14 anos de Atlanta diagnosticada com uma forma rara de autismo, que a torna não verbal.

 O curta é narrado pela atriz Portia Cue, voz escolhida pela própria Makayla. Acompanha o período em que a vida da garota sofreu uma grande mudança. A partir de um quadro de letras, trazido por sua tutora apenas oito meses antes de o filme ser rodado, Makayla passou a se expressar devidamente.

Até então, os pais (ela é filha de Khari “Needlz” Cain, produtor que trabalhou com 50 Cent e Bruno Mars) e irmãos não conseguiam se comunicar com ela.

 Há humor e inteligência nos textos que ela criou por meio do quadro de letras. De forma honesta e direta, o curta dá protagonismo a uma pessoa que sempre viveu nas sombras.

Orin O’Brien foi a primeira mulher musicista da Filarmônica de Nova York


“Seu envolvimento musical é total, sempre que olho na direção dela e inevitavelmente a vejo olhando atentamente para mim, fico maravilhado com a concentração.” O curta-metragem “A única mulher na orquestra” é aberto com esta frase, dita por ninguém menos que Leonard Bernstein (1918-1990). Ele se referia a Orin O’Brien, contrabaixista que contratou em 1966, quando dirigia a Filarmônica de Nova York.

 O filme conta a trajetória de uma mulher fantástica. Orin foi a primeira musicista contratada por uma das orquestras mais prestigiosas do mundo.

Mas não só: ocupou seu posto por 55 anos. O curta é dirigido por sua sobrinha, Molly O’Brien, que entrou de cabeça no projeto na época da aposentadoria da tia, em 2021.

Orin tem hoje 89 anos. Ou seja, trabalhou na orquestra até os 85. Mesmo deixando a Filarmônica, continua na ativa, com alunos particulares (formou um número grande de musicistas). O filme, contado de forma íntima (a diretora ora está em cena, ora atua como narradora), vai descortinando a vida desta mulher que nunca quis os holofotes.

Filha dos atores George O’Brien (1899-1985) e Marguerite Churchill (1910-2000), ela teve infância e adolescência fora do padrão de sua época. Com os pais ausentes por causa da vida artística, sempre fez o que quis. Quando chegou à Filarmônica, teve que enfrentar o meio eminentemente masculino – em 1966, a orquestra tinha 104 musicistas, todos homens. Não havia sequer banheiro feminino para ela. 

Na atualidade, ela comenta o quanto se incomodava, pois sempre quis atuar em orquestra para ser mais uma do grupo – nunca pensou em ser solista, por exemplo.

Ambos os filmes estão disponíveis na Netflix.

Fonte: O Estado de Minas


sábado, 28 de dezembro de 2024

Documentário sobre vida e obra de Joan Baez chega aos cinemas

Imagens/Reprodução

O documentário sobre a cantora e compositora Joan Baez mostra o raro lado íntimo de uma das maiores lendas da música folk e do ativismo político

 Do êxito súbito aos 18 anos ao amor de coração partido com Bob Dylan passando pelos ataques de pânico, as ações de luta pacífica e toda uma vida sob os holofotes. O documentário sobre Joan Baez,, num raro olhar íntimo sobre a artista – contando com a participação da própria  vai chegar aos cinemas em janeiro.

Joan Baez – A Cantiga é Uma Arma faz um retrato psicológico e invulgarmente íntimo da lendária cantora e ativista, Um trabalho que, mais do que analisar todo o percurso da cantora e compositora, parte com ela a bordo da sua última digressão e, durante a viagem, voa também entre o passado o presente, as memórias e os desejos que ainda estão por cumprir. Baez revela a sua vida dentro e fora dos palcos – desde as lutas emocionais até ao trabalho pelos direitos civis com Martin Luther King e o desolador romance com o então jovem Bob Dylan.

 


Neste filme, o passado de Baez é resgatado através de filmes caseiros recém-revelados, obras de arte e desenhos da artista, assim como diários, fotografias, gravações de sessões de terapia e cartas gravadas em áudio que Baez enviava para casa. Arquivos que conduzem o público por uma viagem imersiva ao mundo de Baez, com revelações inesperadas, momentos de dor e de humor.

Fama e identidade, criatividade e doença mental, envelhecimento e luto, memória e perdão são alguns dos temas explorados na narrativa, que é acompanhada por um estilo de filmagem mais informal e ‘verité’, que cola as imagens contemporâneas com as de arquivo.Todas as entrevistas foram feitas apenas com luz natural e as sequências de concertos e digressões foram filmadas nos bastidores para se alinharem com o aspecto e a sensação do resto do filme. 



Fontes: Delas/Time Out

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Mostra Tiradentes anuncia seleção de filmes das mostras competitivas

Mostra de Tiradentes acontece de 24 de janeiro a 1º de fevereiro, na cidade histórica


 Um dos principais festivais de cinema do país, a Mostra de Tiradentes, que chega à sua 28ª edição, entre 24 de janeiro e 1 de fevereiro, anunciou nesta sexta-feira (27) os filmes que integrarão as  mostras competitivas Olhos Livres, Aurora e Foco.

Os filmes selecionados para a Olhos Livres em 2025 são “Prédio Vazio” (ES), de Rodrigo Aragão; “A Primavera” (PE), de Daniel Aragão e Sergio Bivar; “Deuses da Peste” (SP/MG), de Gabriela Luíza e Tiago Mata Machado; “O Mundo dos Mortos” (RJ), de Pedro Tavares; “As Muitas Mortes de Antônio Parreiras” (RJ e CE), de Lucas Parente; “A Vida Secreta de Meus Três Homens” (PE), de Letícia Simões; e “Batguano Returns - Roben na estrada” (PB), de Tavinho Teixeira.

Os selecionados para Mostra Aurora são “Margeado” (ES), de Diego Zon; “Um Minuto é uma Eternidade para Quem está Sofrendo” (SE), de Fábio Rogério e Wesley Pereira de Castro; “Nem Deus é tão Justo quanto seus Jeans” (SP), de Sergio Silva; “Kickflip” (SP), de Lucca Filippin; “Cartografia das Ondas” (RJ), de Heloisa Machado; e “Resumo da Ópera” (CE), de Honório Félix e Breno de Lacerda.

Os curtas da Mostra Foco são “Não me Abandone” (SP), de Gabriel Vieira de Mello; “Entre Corpos” (AL), de Mayra Costa; “Osmo” (DF), de Pablo Gonçalo; “Estrela Brava” (RJ), de Jorge Polo; “Memórias Despejadas (ou A Enchente Levou Tudo, E Encontraram A Luta)”, de Juliana Koetz (RS); “Trabalho de Amor Perdido” (SP), de Vinícius Romero; “Ver Céu no Chão” (CE e RJ), de Isabel Veiga; “Tamagotchi_balé” (RJ), de Anna Costa e Silva; “Sem Título # 9: Nem Todas as Flores da Falta” (SP), de Carlos Adriano; “HEYARI: Espalhar Fumaça para Fazer Adoecer Colocando Feitiço no Fogo” (SC), de Daniel Velasco Leão; “Jamais Visto” (MG), de Natália Reis; “O Mediador” (BA), de Marcus Curvelo; e “Marmita” (SP), de Guilherme Peraro.

As três seções competitivas em Tiradentes, embora distintas em seus recortes, dialogam entre si por meio da imaginação criativa e da busca por formas de expressão que surpreendam o público.

Fonte: O Tempo

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Escola de Cinema no Campo fomenta produção audiovisual feita por camponeses do MST no Pará

Imagens:MST/BdF

Com incentivo da Lei Paulo Gustavo, mais de 20 assentados da reforma agrária serão formados no curso

A imagem é um elemento fundamental na construção de memória, luta e resistência dos movimentos camponeses, mas durante muitos anos, as histórias foram contadas apenas por terceiros, ainda que parceiros. Mas, cada vez mais, os movimentos têm se apropriado e profissionalizado na área.

No Sudoeste do Pará, região marcada por violentos conflitos agrários, pulsa a necessidade de manter viva a trajetória e os modos de vida camponeses. Pensando nisso, jovens do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra (MST) que integram o Centro de Formação, Produção e Artes da Amazônia – o Conduru, criaram o projeto Escola de Cinema no Campo, com o objetivo de qualificar a formação em audiovisual de acampados e assentados da reforma agrária.

Essa turma tem o objetivo de formar mais de 20 jovens do campo e de diversos movimentos sociais na linguagem cinema. E esse curso tão importante para nós, através da Lei de Incentivo Paulo Gustavo, alcançou o coração do campo e em breve teremos novos cineastas, produtores, com novos filmes circulando esse espaço que é negado por meio das políticas culturais”, como explica Alan Leite, do Centro de Formação Conduru.

O projeto foi aberto a qualquer pessoa ligada às áreas de reforma agrária, independente de atuar ou não na comunicação, por isso abre portas para a troca de conhecimentos, experiências e olhares, a exemplo da assentada Carla Pereira, que compõe o setor de Cultura do MST.

Para mim a experiência que tive foi impactante, porque na primeira prática da oficina foi entrevistada uma vítima de Eldorado dos Carajás, algo que mexeu com minha memória afetiva e com o que eu conhecia limitadamente sobre o Massacre”, aponta Carla.

Além disso, a proposta do projeto é, ainda, fortalecer o setor de comunicação do MST, que é formado por pessoas que contribuem em todos os estados de atuação do movimento.

As informações sobre a Escola de Cinema no Campo, bem como sobre as exibições das produções podem ser acessadas no Instagram do Centro de Formação Conduru e matéria completa sobre o assunto no Brasil de Fato.


Fonte: Brasil de Fato - BdF
 

terça-feira, 24 de dezembro de 2024

BOAS FESTAS DO BLOG

Esperamos que o Natal de vocês seja diferente ao que está passando o povo palestino.
Que em 2025 cesse o genocídio com a prisão dos criminosos de guerra. 


 

“Então é Natal” de Lennon e Yoko: a história por trás da música

Imagem: Reprodução

Canção de 1971 transcende o Natal, unindo melodia e ativismo para promover a paz e a reflexão sobre nossas ações no mundo

“Então é Natal…” (So this is Christmas…) é uma das aberturas mais memoráveis ​​da música natalina, especialmente na versão brasileira imortalizada por Simone. A canção original, Happy Xmas (War Is Over) composta por John Lennon e Yoko Ono, captura o espírito de Natal, mas também carrega um peso político e filosófico que muitos ainda desconhecem.

Escrita em 1971, em meio aos protestos contra a Guerra do Vietnã (1955-1975), Happy Xmas nasceu como uma extensão do ativismo de Lennon e Ono pela paz mundial, iniciada com os icônicos “bed-ins for peace“. Esses bed-ins foram manifestações não violentas realizadas em hotéis de Amsterdã e Montreal.

A ideia de “sentar ou se deitar para protestar” ecoava de práticas como os “sit-ins“. O primeiro bed-in ocorreu durante uma lua de mel do casal, em março de 1969, e foi seguido por outro, em maio, como experimentos para divulgar suas ideias pacifistas. Esses atos não apenas ganharam ampla cobertura da mídia, mas também introduziram um novo modelo de ativismo que combinava criatividade e mensagem política.

No entanto, start da música se deu mesmo com uma campanha multimídia internacional lançada em dezembro de 1969, no auge dos protestos contra o envolvimento dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. A campanha foi simples, mas impactante: John e Yoko alugaram espaço em outdoors de 12 grandes cidades ao redor do mundo (como Nova York, Londres e Tóquio), exibindo pôsteres em preto e branco com a mensagem: “WAR IS OVER! If You Want It – Happy Christmas from John & Yoko” (A GUERRA ACABOU! Se você quiser – Feliz Natal de John e Yoko).

A música, portanto, não surgiu isoladamente, mas como parte de um esforço contínuo de Lennon e Ono para combinar ativismo político com expressão artística, utilizando a força da comunicação para espalhar sua mensagem de esperança e mudança.

Fonte: Vermelho


Bandido bom é bandido preso

Imagem: Reprodução

Daniel Silveira é preso novamente 4 dias após ser solto por Moraes

 

Ex-deputado bolsonarista descumpriu medidas restritivas impostas para que fosse colocado em liberdade

 O ex-deputado bolsonarista Daniel Silveira foi preso novamente pela Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (24) em Petrópolis, no Rio de Janeiro. A prisão ocorre apenas quatro dias após ele ter sido colocado em liberdade condicional por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Moraes ordenou o retorno do extremista de direita à prisão devido ao descumprimento de medidas restritivas impostas para a liberdade condicional. Conforme o ministro, Silveira violou a regra de permanecer em sua residência após as 22h, saindo e retornando apenas às 2h10 da madrugada.

Após ser conduzido à Superintendência da PF no Rio, Daniel Silveira será transferido para Bangu 8, presídio do Complexo de Gericinó, localizado na Zona Oeste da capital fluminense.

Na última sexta-feira (20), Moraes havia atendido a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e concedido liberdade condicional a Daniel Silveira. O ex-deputado estava preso desde 2023. Ele havia sido condenado em 2022 a oito anos e nove meses de prisão, além de ter perdido seu mandato como deputado, por ameaças, estímulo a atos golpistas e incitação à violência contra ministros do STF.

Entre as condições para a liberdade condicional, Silveira deveria usar tornozeleira eletrônica e estava proibido de deixar o país, acessar redes sociais, conceder entrevistas, ou frequentar clubes de tiro, boates e casas de jogos. Além disso, ele não poderia participar de eventos das forças de segurança nem manter contato com investigados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros envolvidos na tentativa de golpe de Estado.

O descumprimento de uma dessas medidas, contudo, resultou em sua nova prisão.

Fonte: Revista Fórum

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Em Belo Horizonte, Rádio Favela comemora 48 anos

Imagem: Reprodução

A verdadeira voz do Brasil

Do alto do Aglomerado da Serra, emissora faz jornalismo popular


 Um serviço de alto-falante, no morro do Serrão”. Há 48 anos entrava no ar pela primeira vez a Rádio Favela, “a verdadeira voz do Brasil”. Assim como na música eternizada por Leci Brandão, no alto do Aglomerado da Serra, favela de Belo Horizonte, moradores usavam o rádio para se comunicar e “alertar a favela inteira” sobre tudo o que as outras rádios não falavam.

Criada por Misael Avelino, a Rádio Favela, hoje conhecida como Radio Autêntica Favela FM, começou com transmissores improvisados que passavam pelas casas da Vila Fátima, na tentativa de se esconder da polícia e da política que perseguia o projeto de comunicação popular que funcionava de forma clandestina. Às vezes em que a rádio teve os transmissores lacrados e os materiais destruídos não foram capazes de conter o ímpeto da iniciativa.

Símbolo da resistência popular e da luta por justiça social, ao ousar denunciar as mazelas do Aglomerado da Serra, a violência policial e o abandono da população mais pobre, a rádio incomodou poderosos e só resistiu em razão da força dos moradores que, pela primeira vez, ouviam as suas vozes refletidas nas ondas sonoras.

Leiam a matéria completa no Brasil de Fato

domingo, 22 de dezembro de 2024

Marcha do Povo Combatente volta às ruas de Cuba contra bloqueio dos EUA e por retirada de lista de terrorismo

Imagens: Reprodução

Em frente à embaixada dos EUA em Havana, presidente cubano liderou a mobilização tradicionalmente convocada por Fidel


Sob os lemas “não somos terroristas, tirem-nos da lista” e “acabem com o bloqueio”, milhares de cubanos marcharam em repúdio ao bloqueio mantido pelos Estados Unidos contra Cuba.

Com a presença de Raúl Castro e do presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, a principal manifestação da "Marcha do Povo Combatente" ocorreu na capital Havana, na última sexta-feira (20), em frente à embaixada estadunidense. Paralelamente, foram realizados diversos eventos culturais e manifestações nas principais cidades do país.

 Em breve discurso antes do início da mobilização, o presidente Díaz-Canel afirmou que a manifestação constituía uma demonstração da luta do povo cubano pela soberania, apesar dos obstáculos impostos pelo bloqueio.

Ele também destacou que, apesar da promessa de campanha do presidente Biden, de retirar Cuba da unilateral “lista de países que patrocinam o terrorismo”, a menos de um mês do fim de seu mandato, ele não tinha adotado nenhuma medida para reverter a política de "pressão máxima" que o governo de Donald Trump impôs contra a ilha.

Plaza de la Revolucion, em Havana

A manifestação deste sábado se estendeu até a noite. Durante várias horas, milhares de pessoas marcharam pelo tradicional Malecon de Havana, acompanhadas de batucadas musicais e intervenções artísticas exibidas em frente ao mar.

Há mais de 60 anos, Cuba está sob um bloqueio dos Estados Unidos, a principal potência econômica e militar do mundo. Trata-se de uma medida de guerra não convencional, cujo objetivo explícito é sufocar a economia da ilha e, assim, enfraquecer seu sistema econômico e social. Atualmente, mais de 80% da população cubana tem vivido toda a sua vida sob o embargo.

Uma pergunta: Quem é mesmo o país terrorista?

Fonte: BdF

 

sábado, 21 de dezembro de 2024

Definição do New York Times: Milton Nascimento herói brasileiro da música

Imagens: Reprodução

Deu no NY Times: Milton Nascimento é “uma divindade musical no Brasil”


Ao tratar do álbum ‘Milton + Esperanza’, lançado em agosto, o jornal The New York Times rasgou elogios a Milton Nascimento.

Chamado no texto de “herói brasileiro da música” e “divindade musical”, o responsável pelo escritório do jornal no Brasil, Jack Nicas, trouxe elementos importantes sobre a parceria de Bituca com a cantora e contrabaixista Esperanza Spalding.

A colaboração vista como “quase onírica” é fruto de 15 anos de amizade. Nela é possível ouvir o talento da norte-americana cantando também em português e tocando baixo acompanhada da “voz singular de Nascimento”.

Nicas ainda traz outras referências à voz de Milton como a feita por Paul Simon, “mágica sedosa”. Ou de Philip Bailey “bela praia brasileira” e até mesmo de Sting “verdade na beleza”.

A jazzista falou sobre a primeira vez que ouviu Milton ainda na faculdade: “Como é possível que isso exista na Terra e eu não sabia?”. Segundo ela, as músicas do cantor foram “absorvidas até a medula pelos brasileiros”. 


 O álbum lançado com 16 faixas traz parcerias são com Guinga, Orquestra Ouro Preto, Maria Gadú, Tim Bernardes, Lula Galvão, Paul Simon, Lianne La Havas, Dianne Reeves e Elena Pinderhughes.

Nas faixas se encontram regravações de músicas de Milton, composições de Spalding para o álbum e interpretações de Earth Song, de Michael Jackson, e de A day in the life dos The Beatles.

Fonte: Vermelho

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Livro reúne 80 poetas de várias gerações em Louvação a Torquato Neto

Imagens: Reprodução

Livro "Só quero saber do que pode dar certo" destaca a obra do multiartista e pioneiro da Tropicália em diálogo com autores contemporâneos.

Torquato Neto, figura central do movimento tropicalista  que tirou a própria vida aos 28 anos,  permanece presente e pulsante – esta percepção, somada à efeméride, levou o poeta paulista Tarso de Melo a idealizar o livro “Só quero saber do que pode dar certo: oitenta vozes vezes Torquato Neto” (Editora Impressões de Minas).

Melo convocou o colega piauiense Thiago E, conterrâneo de Torquato, para juntos organizarem a recém-lançada publicação, que, na prática, contém três livros. O eixo central é a antologia de poesia contemporânea com 80 artistas – poetas, sobretudo –, convidados a escrever textos que, de alguma forma, dialogam com a produção do tropicalista. Torquato compôs “Louvação” e “Geleia geral” (com Gilberto Gil), “Pra dizer adeus” (com Edu Lobo) e “Mamãe, coragem” (com Caetano Veloso), entre outros clássicos da MPB.

A lista dos 80 inclui nomes de todas as regiões do país, de diferentes gerações e perfis, com equilíbrio de gêneros. Ailton Krenak, Arnaldo Antunes, Edimilson de Almeida Pereira, Estrela Leminski, Micheliny Verunschk, Nicolas Behr, Pedro Bomba e Ricardo Aleixo, além dos próprios organizadores, são alguns dos autores. Com poemas em sua maioria, há também espaço para expressões vinculadas às artes visuais.

“A antologia mostra as variedades possíveis de diálogos que ainda estão sendo feitos com a obra de Torquato Neto, o que inclui desde poetas jovens, de vinte e poucos anos, até nomes da geração dele”, diz Melo.


“Um jovem que ouve 'Go back' (poema dele musicado por Sérgio Britto, dos Titãs) não tem como imaginar que foi escrito há 50 anos. Coisas do Torquato parecem feitas agora. É difícil se destacar como poeta na geração de Caetano, Chico Buarque, Capinan e Duda Machado – para falar só dos letristas –, mas ele não só se destacou, como é o xodó desta turma”, observa.


Fonte: O Estado de Minas
 

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Aos 88 anos, Hermeto Pascoal ganha documentário sobre sua vida e arte

Imagens: Reprodução


“O Menino d’Olho d’Água” é uma produção da Coqueirão Pictures e se debruça sobre vida e obra do icônico músico brasileiro Hermeto Pascoal, focando em três diferentes recortes: uma performance recente de Hermeto, aos 88 anos, que capta sua genialidade artística em pleno vigor; uma exploração de suas lembranças de infância no sertão de Alagoas, revelando a origem de suas influências musicais; e uma conversa intimista com o artista, em que ele compartilha sua música e reflexões sobre seu processo criativo.

Na música de Hermeto Pascoal, quando nos deparamos com a complexidade harmônica e destrinchamos suas inúmeras camadas, o que se revela é uma sonoridade assombrosamente simples, que remete diretamente à sua infância, no sertão alagoano, na cidade de Olho d’Água Grande. O filme é construído a partir de três pilares: um registro atual de um show de Hermeto Pascoal octogenário, um mergulho na sua infância e nas suas memórias afetivas e uma entrevista com ele, que produz o que ele faz de melhor: música.

Lembrando que, este ano, Hermeto Pascoal venceu o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Jazz com o álbum “Pra você, Ilza”. O álbum é dedicado a memória da sua esposa Ilza da Silva, com quem viveu por quase 50 anos e teve seis filhos.

Hermeto é reconhecido no mundo inteiro como um dos grandes gênios vivos da música brasileira. Já foi gravado por Miles Davis e recém-condecorado com um título honores causa pela prestigiada escola superior de música Juilliard, de Nova York.

A produção foi viabilizada pelo Curta! com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA)  e tem estreia prevista no canal no primeiro semestre de 2025.

 Fonte: Jornal Nota

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Gui Gandra, torcedor símbolo do Vasco, conquistou o Fan Award do FIFA The Best 2024

Imagem: Reprodução


Guilherme Gandra Moura, conhecido como “Menino Gui”, emocionou o mundo do futebol ao ser premiado com o Fifa Fan Award durante a cerimônia Fifa The Best 2024. O prêmio, entregue pelo capitão da seleção portuguesa Pepe, celebrou a história inspiradora de Gui, um torcedor fervoroso do Vasco da Gama, que, mesmo enfrentando uma doença rara, se tornou símbolo de paixão, superação e amor pelo futebol brasileiro.

Gui tem apenas 8 anos e é portador de epidermólise bolhosa, uma doença rara que afeta a pele, tornando-a extremamente sensível a ferimentos e bolhas. Apesar das dificuldades que enfrenta diariamente, sua paixão pelo Vasco e pelo futebol trouxe-lhe força para superar momentos difíceis. Em 2023, a história de Gui comoveu o Brasil quando ele acordou de um coma de 16 dias, surpreendendo médicos e familiares ao perguntar sobre seu time do coração.

Essa demonstração de amor incondicional pelo futebol e pelo Vasco viralizou nas redes sociais, tornando Gui um exemplo de determinação e esperança. “O Vasco me faz sorrir, me faz feliz mesmo nos dias mais difíceis”, contou Gui em uma entrevista emocionante, logo após sair do hospital.

O Fifa Fan Award é um prêmio destinado a torcedores ou grupos de fãs que protagonizam momentos inspiradores e marcantes no futebol mundial. Durante a cerimônia de 2024, Gui foi o grande homenageado. A entrega do troféu foi feita por Pepe, capitão da seleção de Portugal e um dos grandes nomes do futebol europeu, que destacou a história de Gui como um exemplo de amor e superação.

Ao receber o prêmio, Gui sorriu emocionado e, com a camisa do Vasco vestida, agradeceu: “Dedico esse prêmio a todos os torcedores do Brasil e ao meu time, o Vasco. O futebol é minha vida!”. A cena emocionou os presentes no evento e milhares de fãs ao redor do mundo que acompanhavam a transmissão ao vivo.
Homenagem do blog ao menino Gui.
Casaca, casaca, casaca
A turma é boa, é mesmo da fuzarca
Vasco, Vasco, Vasco




domingo, 15 de dezembro de 2024

"Cem anos de solidão": diretor enumera desafios de filmar série

Imagens: Reproduções



O cineasta argentino Alex García López, um dos diretores de "Cem Anos de Solidão", série que estreou na última quarta-feira (11/12) na Netflix, disse que, ao aceitar o projeto, se questionou sobre o enorme desafio que tinha pela frente, devido às dificuldades que o livro homônimo de Gabriel García Márquez (1927-2014) apresenta. A obra clássica de Gabo venceu o Prêmio Nobel de Literatura em 1982.

Alex Garcia López

"Quando me ofereceram, eu disse 'sim' imediatamente. Mas, quando desliguei o telefone, pensei 'um momento, no que eu me meti? Vou destruir o livro mais amado do nosso continente?'", lembrou o cineasta.

O primeiro capítulo da série começa com o casamento de José Arcadio Buendía (Diego Vásquez) e Úrsula Iguarán (Marleyda Soto), cobre a fundação da mítica Macondo e termina com o nascimento do segundo filho do casal, Aureliano, que posteriormente se tornaria o lendário Coronel Aureliano Buendía (Claudio Cataño).

Gabriel García Márquez 

O livro do colombiano García Márquez, publicado em 1967, é uma das obras máximas da literatura em língua espanhola, e sua versão cinematográfica era vista como um desafio monumental.

O cineasta destacou os personagens femininos da história. "Todas as mulheres são fortes no sentido de que todas têm um protagonismo incrivelmente potente. Acho que foi uma das genialidades de García Márquez".

A série leva os espectadores à lendária Macondo, em uma jornada épica de amor, tragédia e mistério

No entanto, comentou que vários personagens acabam tendo destinos trágicos. "Um dia perguntaram a García Márquez por que muitos de seus personagens terminam em tragédia, e ele respondeu: 'Porque não sabem como amar'", lembrou.


 Fonte: O Estado de Minas


sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Em livro Daniela Arrais desafia mulheres a enfrentar seus medos

Imagens: Divulgação/Reprodução



Em “Para todas as mulheres que não têm coragem”, seu livro de estreia, Daniela Arrais conta as próprias experiências ao lidar com o fenômeno da impostora, enquanto entrevista mulheres que são referência em diversas áreas sobre o tema, de Dandara Pagu a Monique Evelle, passando por Rafa Brites, Vivi Duarte, Mari Palma, Carol Burgo e outras.

Daniela mostra à leitora que depositar enormes expectativas sobre elas mesmas, ao mesmo tempo que duvidam de cada pensamento que surge, limita o autoconhecimento, poda qualquer crescimento e, ainda, paralisa os sonhos.

 O livro é também uma conversa, com exercícios para serem feitos por quem o tiver em mãos. Por que você se olha de forma tão cruel? Por que não segue, mesmo sabendo que é o que precisa fazer? Que dores constituem você? O que falta para você entender que é capaz de fazer o que quiser? E como fazer isso? Conhecendo as armadilhas que nos fazem sentir assim, colocando no papel nossas dúvidas, dores e limitações, e trocando com outras mulheres.

“Para todas as mulheres que não têm coragem” aponta que a saída desse labirinto mental está em assumir um compromisso com a coragem, em nos autorizar a ser do tamanho que podemos ser. O livro é um convite para que você mergulhe em si e veja o que emerge quando se dá conta do tamanho que tem.

Fonte: Jornal Nota


 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Já na Netflix a primeira temporada de "Cem Anos de Solidão"

Imagem: Divulgação

A obra-prima de Gabriel García Márquez é pela primeira vez adaptada à televisão


 Cem Anos de Solidão, romance do jornalista e escritor columbiano Gabriel García Marqués (1927-2014), acompanha 100 anos de história de uma família, ao longo de sete gerações. Seria complicado comprimir tudo num filme, mas o actual momento de glória do streaming permitiu que a família autorizasse a adaptação ao pequeno ecrã, dividida em duas temporadas. A primeira estreia a 11 de Dezembro, na Netflix.

Os primos José Arcádio Buendía e Úrsula Iguarán casam-se contra a vontade dos pais e saem da aldeia em busca de um novo lugar para viver. Assim nasce a utópica vila de Macondo, que José e Úrsula fundam nas margens de um rio e que marcará o atormentado destino de sete gerações da sua família. Carimbado com o género realismo mágico, o romance Cem Anos de Solidão (1967) já deu a volta ao mundo, tendo sido traduzido em mais de 40 línguas e vendido mais de 50 milhões de cópias. Mas esta é a sua primeira adaptação às telas.

A Netflix adquiriu os direitos de adaptação à família do autor e Rodrigo García e Gonzalo García Barcha, filhos de García Márquez, são produtores executivos na série.

Falada em espanhol, com um elenco majoritariamente colombiano e filmada na Colômbia, esta é uma das produções mais ambiciosas da história da América Latina. No total, Cem Anos de Solidão terá 16 episódios, divididos por duas temporadas com oito episódios cada uma. A primeira temporada estreou ontem, 11/12. A data de estreia da segunda temporada ainda não foi divulgada.

Fonte: TimeOut

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Livros analisam trajetória das mineiras Conceição Evaristo e Lélia Gonzalez

Imagem: Montagem/Reprodução

Perfis biográficos assinados por Yasmin Santos e Sueli Carneiro destacam a importância das duas autoras no cenário intelectual do Brasil


 Conceição

“Não vou conseguir dar um depoimento, uma coisa seca sobre mim mesma”, disse Conceição Evaristo à jornalista Yasmin Santos, que preparava um livro sobre a vida dela. “Falar da minha origem, da minha família, da favela, coisas que inspiram minha criação literária, faz com que eu navegue pela ficção. Trazer à memória é fazer ficção.”

Uma declaração como essa, que faria uma fila de biógrafos terem arrepios dos pés à cabeça, foi recebida com naturalidade por Santos. Ela respondeu que, quando se trata de lembrar, autoficção era inevitável.

A autora de “Ponciá Vicêncio” seguiu então mais à vontade para desfiar causos de sua infância em Minas Gerais, de seus trabalhos domésticos ainda criança, de sua mudança de BH ao Rio de Janeiro para dar aulas, do casamento com o grande amor de quem ficou viúva, de seus primeiros momentos tateando a ideia de escrever algo para ser publicado.

As histórias compõem “Conceição Evaristo: Voz insubmissa”, lançado pela Coleção Brasileiras (Rosa dos Tempos), coordenada por Joselia Aguiar. “Lélia Gonzalez: Um retrato” (Zahar), da filósofa e ativista Sueli Carneiro, também abraça o desafio de delinear uma vida referencial da negritude brasileira empenhada em reforçar mais o coletivo que o individual.

 Leila

Sueli conheceu Lélia vindo de uma geração posterior e, assim, consegue oferecer uma visão nuançada, multifacetada de quem ela era”, diz Fernanda Silva e Sousa, que editou o livro na Zahar. Carneiro preferiu não dar entrevista, mas retrata Gonzalez numa posição de reverência.

O livro permite entrever uma pessoa que avançou conceitos como a interseccionalidade e a “língua portuguesa”, elaborando uma visão global sobre os efeitos do racismo, do machismo e do colonialismo, além de mergulhar na militância partidária na redemocratização e se transformar em referência para a americana Angela Davis.

 A mineira Lélia Gonzalez tirava lições públicas de sua história privada. Projetou-se ao cenário internacional a partir de uma família pobre de 18 irmãos em Belo Horizonte e refletiu sobre a adoção do estilo black power no seu próprio visual como meio de transformar a própria imagem em instrumento de mobilização política.

A inserção do pessoal no intelectual integra tanto o trabalho das biografadas quanto o das autoras de seus perfis. “É uma escrita negra que reivindica essa subjetividade”, afirma Fernanda Silva e Sousa.


 

A inserção do pessoal no intelectual integra tanto o trabalho das biografadas quanto o das autoras de seus perfis. “É uma escrita negra que reivindica essa subjetividade”, afirma Fernanda Silva e Sousa.


Fonte: O Estado de Minas