sexta-feira, 1 de maio de 2020
Profissionais da saúde protestam no Palácio do Planalto e são atacados por bolsonaristas
Profissionais de saúde participaram na manhã desta sexta-feira, 01 de maio, de um protesto em frente ao Palácio do Planalto. Por volta das 09h30, eles formaram filas em frente ao Palácio, mantendo o distanciamento social, de vários metros, e usando máscaras. Em um protesto silencioso, os profissionais carregavam cruzes de madeira e prenderam faixas pretas no ombro e alguns jalecos tinham cartazes com frases de protesto e perguntando “Quantos mais?”, em referência aos mortos pela pandemia.
Segundo um dos participantes, Jorge Henrique, do Sindicato dos Enfermeiros do DF, “o objetivo foi homenagear as vítimas da COVID-19 no Brasil, principalmente os profissionais da saúde que estão na linha de frente, que já sofriam com a falta de condições de trabalho e que nessa pandemia, pioraram. A gente pede mais compromisso do governo federal e dos governos estaduais para que se possa enfrentar a pandemia.” Ele destacou ainda que o ato foi uma forma também de marcar o Primeiro de Maio, Dia de Luta do Trabalhador.
O protesto começou de surpresa e durou cerca de 25 minutos. Logo depois do início, bolsonaristas que dão plantão diário em frente ao Palácio se aproximaram e passaram a provocar os manifestantes. Com bandeiras do Brasil, eles fizeram discursos em apoio a Bolsonaro “pela nação, pelos pais de família, por quem construiu a nação”. Em seguida começaram a criticar os sindicatos, chamados de “gafanhotos” e a chamar os profissionais de saúde de “esquerdopatas” e “bandidos”.
Um homem que se identificou como “patriota” passou a apontar os dedos para as enfermeiras, que mantiveram a calma e permaneceram em silêncio na maior parte do tempo. O ataque também se voltou contra a jornalista do Esquerda Online, que estava transmitindo o ato. Os bolsonaristas seguiram provocando, com palavrões, dedos na cara e ameaçando agredir uma enfermeira. Diante da possibilidade de serem agredidas e da quebra do isolamento social, as manifestantes da saúde encerraram o protesto, sob uma salma de palmas e gritos em defesa do SUS.
Fonte: Esquerda online