quinta-feira, 30 de abril de 2020
Bate papo virtual: o teatro do novo mundo
O mundo já não é mais o mesmo com a atual pandemia de coronavirus. Países de todo o planeta estão sofrendo as consequências desta crise, que são econômicas, sociais e também psicológicas. Como em um filme, foi dada uma pausa no cotidiano da humanidade e, compulsoriamente, cada indivíduo é levado a pensar sobre sua forma de existir no mundo: o trabalho, as relações, a maneira como utilizamos nossos recursos, o que se espera de fato da classe política, como gerir pessoas em vulnerabilidade social, etc. São diversos problemas para serem resolvidos em um curto período de tempo e cada escolha pode determinar a vida e a morte de milhares de pessoas.
No meio disso tudo, está também a classe artística, que lida há tempos com vários tipos de discriminação. Diante de uma criança brincalhona, com muita energia, é comum escutarmos frases como "está fazendo arte". Outra frase ouvida com frequência diz que “todo artista é vagabundo”. Esse tipo de comentário revela a predominância, em nossa sociedade, da ideia de arte como algo supérfluo, dispensável. Há, portanto, um preconceito estrutural em relação às artes, provavelmente atrelado à crença do valor mercadológico das profissões, no sentido de que há algumas mais importantes e "úteis" que outras.
Em meio a uma crise que escancara a insuficiência de políticas públicas para todos os setores da sociedade (saúde, educação, cultura, etc.), os espetáculos teatrais, que tanto dependem do público, tem estado parados. Para alguns artistas, uma alternativa tem sido as transmissões ao vivo, principalmente pelo Instagram. Muitos também são professores e migraram suas aulas de teatro para plataformas virtuais.
Além de levar à reinvenção das formas de expressão artística, a pandemia é uma oportunidade para artistas se mobilizarem em prol de ações solidárias e de impacto coletivo.
Em contextos de crise e de tensão econômica, política e social, a arte sempre teve o papel de proporcionar a contemplação necessária, seja de nós mesmos, seja da sociedade como um todo. Nessa contemplação, é possível obter o alento necessário para seguir em meio à adversidade ou um novo estímulo para buscar a transformação da realidade. Hoje, mais do que nunca, é preciso reafirmar a importância do teatro e das artes, para que eles não sejam esquecidos pelas políticas culturais e pela população.
A conversa vai acontecer pelo Instagram da Casa das Artes @casa_artes