domingo, 17 de maio de 2020
Oposição cobra anulação de eleições
Foto: Ricardo Borges/UOL
Deputados federais e senadores de oposição e ex-aliados do presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional reagiram às declarações do empresário Paulo Marinho (foto) em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo neste sábado com pedidos de investigação, impeachment e até cassação da chapa que elegeu o presidente e seu vice, Hamilton Mourão, pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) caso as denúncias do empresário sejam comprovadas. Marinho, que é suplente do senador Flávio Bolsonaro (sem partido), afirma que ele o procurou após o segundo turno das eleições presidenciais em 2018, e afirmou que teve conhecimento prévio sobre a Operação Furna da Onça, da Polícia Federal. A operação investigou a prática de "rachadinha" — prática na qual funcionários do gabinete de políticos devolvem para ele parte do salário recebido com dinheiro público — em gabinetes da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), incluindo o de Flávio, então deputado estadual no RJ. Segundo o relato de Marinho, o senador, recém-eleito na época, afirmou também que a PF segurou a deflagração da operação para depois das eleições, para não prejudicar a candidatura de Bolsonaro à presidência e de Flávio ao Senado. Ele teria sido informado por um delegado no Rio. A operação aconteceu apenas após o segundo turno, antes da conversada relatada por Marinho.O filho do presidente teria afirmado também que foi informado que a investigação atingiria em cheio Fabrício Queiroz, funcionário de seu gabinete e ex-funcionário do gabinete de Bolsonaro quando era deputado federal. Pouco após isso, Queiroz foi exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro no Rio, assim como uma de suas filhas foi exonerada do gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro.
"Se comprovadas as denúncias, o TSE pode anular as eleições de 2018 ele pode cassar a chapa Jair Bolsonaro e Mourão para que tenha novas eleições ainda em 2020", afirmou em vídeo publicado nas redes sociais o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), do MBL (Movimento Brasil Livre). "As denúncias são gravíssimas." O adversário de Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais, Fernando Haddad (PT-SP), afirma que houve fraude. "Conforme suspeita, suplente de Flavio Bolsonaro confirma que PF alertou-o, entre o 1° é o 2° turno, de que Queiroz seria alvo de operação, que foi postergada para evitar desgaste ao clã durante as eleições. Isso se chama FRAUDE!", escreveu no Twitter.Fonte: UOL