terça-feira, 17 de janeiro de 2012
O que é cultura?
As várias maneiras de entender o que é cultura derivam de um conjunto comum de preocupações que podemos localizar em duas concepções básicas. A primeira dessas concepções preocupa-se com todos os aspectos de uma realidade social. Assim, cultura diz respeito a tudo aquilo que caracteriza a existência social de um povo ou nação, ou então de grupos no interior de uma sociedade. Podemos assim falar na cultura francesa ou na cultura xavante. Do mesmo modo falamos na cultura camponesa ou então na cultura dos antigos astecas. Nesses casos cultura refere-se a realidades sociais bem distintas. Na segunda concepção básica de cultura, quando falamos em cultura estamos nos referindo mais especificamente ao conhecimento, ás idéias e crenças, assim como às maneiras como eles existem na vida social. Observem que mesmo aqui a referência à totalidade de características de uma realidade social presente, já que não se pode falar em conhecimento, idéias, crenças sem pensar na sociedade à qual se referem.
O que ocorre é que há uma ênfase especial no conhecimento e dimensões associadas. Entendemos neste caso que a cultura diz respeito a uma esfera, a um domínio, da vida social. Contam-se inúmeras definições de cultura, mas podemos nos valer de certos procedimentos metodológicos: 1) partir de uma noção básica de cultura; 2) não erigir nenhuma definição de cultura como a única verdadeira e exata; 3) procurar sempre captar ou explicitar a área conceitual em que se está trabalhando no momento; 4) distinguir claramente cultura de outros termos próximos ou costumeiramente aproximados; 5) perceber e diferenciar os enfoques mais constantes e mais ricos de cultura, a saber, o enfoque filosófico, o humanista, o etnológico e o da antropologia cultural. A cultura é o desenvolvimento intelectual do ser humano, são os costumes e valores de uma sociedade.
Assim, quando vemos o sucesso de "Ai se te pego" ou as músicas(?) com letras de baixo calão dos funks da vida pensamos de como o desenvolvimento intelectual de hoje está deixando a desejar.
De repente versos como:
Para não para
Não para não
Para não para
Não para não
Tati cum tati
Trelêlê, alê, alê, alê
de uma certa banda baiana nos faz lembrar de Lupícinio Rodrigues quando diz "pobres moços, ai se soubessem o que eu sei"...