sexta-feira, 15 de maio de 2020

Jovens violeiros se reúnem em festival on-line

Reprodução: desenho de Liberati "Violeiro"
O compositor e instrumentista mineiro Fernando Sodré comanda o festival virtual A nova viola brasileira, que será realizado a partir de hoje sexta-feira (15) a domingo (17). Além de concertos de nove instrumentistas, o evento oferecerá workshops e palestras. Sodré conta que teve de se adaptar aos novos tempos impostos pela pandemia do novo coronavírus, pois o festival, inicialmente, seria presencial. O formato on-line é inédito em se tratando de violeiros, observa ele. “Queremos fomentar a cadeia cultural tão afetada neste momento atípico, levando ao público entretenimento, arte, cultura e um novíssimo olhar para o instrumento”, diz, reforçando que o festival tem o propósito de chamar a atenção para a nova geração de instrumentistas, “que vem transformando e recriando um novo conceito para a autêntica viola caipira”. Concertos, workshops, palestras e bate-papo ficarão a cargo dos próprios músicos. Também haverá palestras sobre luteria, engenharia de áudio e inteligência emocional do artista. “Teremos um bate-papo com todos os integrantes do festival sobre temas relacionados à atual cena da música brasileira”, afirma o coordenador. O evento vai chamar a atenção para talentos da música instrumental, jazz e improvisação. “O festival mostrará trabalhos belíssimos, como o de Ricardo Vignini, de São Paulo, o Roda de Rock. É a viola tocando rock and roll pesado. Também em São Paulo, Neymar Dias faz um trabalho voltado para a música erudita, com transcrições de Bach para a viola”, conta Sodré. Já o mineiro Fabrício Conde exibirá seu fingerstyle – nessa modalidade, o instrumentista faz a base e o solo ao mesmo tempo, explorando tanto as cordas quanto recursos percussivos da viola. “Escolhi instrumentistas com estilos diferentes, que fogem um pouco da viola tradicional, aquela na qual é tocada a música caipira, de raiz”, diz Sodré. Violeiros da nova geração vêm explorando novas possibilidades do instrumento, dialogando com outros gêneros musicais. “Fabienne Magnant, concertista francesa, se apaixonou pela viola caipira aqui no Brasil e a usa em seus recitais na Europa, tocando repertório erudito”, informa. “A mineira Letícia Leal trabalha com MPB e choro. O goiano Marcos Biancardini, violeiro excepcional, toca de uma forma peculiar e chega a lembrar Renato Andrade, desenvolvendo uma linguagem bem específica”, diz Sodré, referindo-se ao artista mineiro que morreu em 2005, um dos nomes mais respeitados da viola brasileira. “Teremos também a presença dos paulistas Arnaldo Freitas e João Paulo Amaral, todos craques.” Fonte: O Estado de Minas. Para ver a matéria completa clique aqui.