domingo, 17 de maio de 2020

Deputados do Parlamento Europeu consideram conduta de Bolsonaro crime contra a humanidade

Foto: GUE/NGL/ Flickr
Um grupo de deputados do Parlamento Europeu enviou uma carta nesta quarta-feira (15/04) ao alto representante da UE para Assuntos Exteriores, Josep Borell, afirmando que a postura do presidente brasileiro Jair Bolsonaro de negar a gravidade da pandemia do novo coronavírus é um crime contra a humanidade. Segundo os eurodeputados, membros do Confederal Group of the European United Left/Nordic Green Left, uma das razões para que Bolsonaro "se posicione contra as medidas de isolamento é a de garantir sua reeleição em 2022". "Consideramos que aproveitar este momento de angústia nacional para politizar um drama no qual está em jogo a vida de milhares de pessoas pensando em sua reeleição é um crime contra a humanidade pelo qual ele poderia ser julgado em tribunais internacionais", afirmam. Siga EM TEMPO REAL e com gráficos didáticos o avanço do novo coronavírus no mundo O grupo de parlamentares ainda destaca que, "apesar dos alertas emitidos por instituições e organismos nacionais e internacionais, Bolsonaro continua negando a gravidade da pandemia". Os deputados também pedem que a União Europeia "censure e rechace energicamente a atitude do presidente Bolsonaro e que, no marco dos programas de cooperação existentes com o Brasil, debatam com as autoridades pertinentes possíveis formas de apoiar os esforços para conter a propagação do vírus". Citando um estudo do Imperial College de Londres, os parlamentares também afirmaram uma gestão correta do mandatário brasileiro poderia poupar 1 milhão de vidas, já que, "no Brasil, poderiam morrer 1,15 milhão de pessoas se não forem tomadas medidas de isolamento total", enquanto que seriam esperadas 44 mil vítimas, mesmo com as devidas restrições. "O Estado brasileiro tem a obrigação de proteger toda a população [...], além disse, tem que tomar todas as medidas necessárias para garantir que todas as pessoas, incluindo as que vivem em favelas, as populações marginalizadas e rurais, os povos indígenas e as comunidades quilombolas, os sem-teto e outros grupos vulneráveis", afirmam. O documento é assinado por parlamentares da Espanha, Portugal, Grécia, Alemanha, Dinamarca, República Tcheca e País Basco. Fonte: Opera Mundi