"O marinheiro é um texto dramático escrito pelo poeta
português Fernando Pessoa, em 1913. Conta a história de três donzelas que velam
uma donzela vestida de branco. O espaço cênico é um quarto de um velho castelo,
e a ação se passa durante uma noite, em que as personagens falam do passado e
questionam a existência da própria realidade.
A peça é uma obra do modernismo e, portanto, tem algo de
transgressor tanto na sua forma como no seu conteúdo, centrado na reflexão em
vez da ação. Além disso, possui traços simbolistas, já que apresenta um caráter
filosófico, sombrio, misterioso, além de colocar em xeque a própria
realidade."
Partindo desse texto, que Fernando Pessoa classificou como teatro
estático, procuramos em uma releitura
livre trazer para as telas a ideia e colocar somente a câmera em movimento, com
as atrizes estáticas.
No filme, são duas mulheres (irmãs?) que durante uma noite que custa a passar, conversam, imóveis, sob a luz de
uma lamparina. Lembram do passado como
de uma época feliz. Mas teria sido mesmo assim, questionam?
O filme, protaganizado pelas excelentes atrizes Roberta Romerus e
Mácia Mazzoleni participou de vários festivais na Europa e alguns no Brasil.
Classificados por alguns como cinema de arte e por outros como
ultrapassado, acredito que cumprimos nosso papel em não ficarmos naquele meio
termo de “é bonzinho”.
A arte para nós, é oito ou oitenta!