Após a saraivada de fake news disparadas no final de semana pelo deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL) e também pelo jornalista Alexandre Garcia, o ministro da Justiça Flávio Dino alertou que a prática “é crime”.
Dino lembra também que “esse crime é ainda mais grave quando se refere a uma crise humanitária, pois pode gerar pânico e aumentar o sofrimento das famílias. A Polícia Federal já tem conhecimento dos fatos e adotará as providências previstas em lei”.
Ex-Globo que aderiu á horda bolsonarista para propagar ódio nas redes sociais, Alexandre Garcia virou alvo de investigação após divulgar fake news grotesca em que culpa governos petistas pela enchente que deixou ao menos 46 mortos no Rio Grande do Sul.
Em comentário no canal da revista de ultradireita Oeste, que abriga muitos demitidos da Jovem Pan, o jornalista disse que “é preciso investigar porque não foi só a chuva” e criou uma mentira inacreditável, que viralizou nas redes de ódio bolsonaristas.
“A chuva foi a causa original. Mas no governo petista foram construídas, ao contrário do que recomendavam as medições ambientais, três represas pequenas que aparentemente abriram as comportas ao mesmo tempo. Isso causou uma enxurrada parecida com aquelas que acontecem aqui perto de Brasília, na Chapada dos Veadeiros, e que levam as pessoas e que matam pessoas porque a água vem de repente”, diz Garcia no vídeo.
Outro propagador contumaz de mentiras, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) disseminou uma fake news criada pela médica veterinária gaúcha Samara L. Baum, presidenta da ONG Unidos Pelos Animais (UPA) de Sarandi (RS), que havia dito que os donativos para a população atingida pelas enchentes no Rio Grande do Sul só seriam entregues na presença de Lula (PT).
"Recebemos a informação de que não vai ser liberado alimentos (SIC) para serem feitos a doação porque eles têm que aguardar o presidente Lula chegar aqui em Lajeado para fazer foto e vídeo e publicação em cima das doações", disse a veterinária, que gravou vídeo desmentindo a própria declaração após a propagação nas redes sociais.
"Lula proíbe que doações para as famílias atingidas no RS sejam entregues até que ele possa chegar para 'tirar fotos'. Isso é um absurdo", escreveu o deputado bolsonarista em publicação juntamente com o vídeo, que foi apagado depois.
A Fake news foi desmentida pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta.