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Paulina Chiziane, autora de Niketche: Uma História de Poligamia, venceu por unanimidade a 33.ª edição do Camões, o mais celebrado prémio literário de língua portuguesa, no valor de 100 mil euros.
A escritora moçambicana foi a primeira mulher a publicar um romance no seu país: Balada de Amor ao Vento, de 1990. E é também a primeira mulher africana a receber esta distinção.
No Brasil, ela tem livros publicados pela Companhia das Letras (Niketche) e pela Dublinense (O Alegre Canto da Perdiz). Niketche acomapanha a trajetória de Rami, que, após descobrir que o marido tem várias amantes, decide conhecer cada uma delas. Já O Alegre Canto da Perdiz retrata a vida atribulada de Delfina, dividida entre um marido negro e um amante branco.
O júri destacou o “reconhecimento acadêmico e institucional” que a obra de Chiziane tem recebido, a preocupação de seus livros com “os problemas da mulher moçambicana e africana” e a “construção de pontes entre a literatura e outras artes”. A escritora receberá um prêmio de 100 mil euros, divididos entre os governos do Brasil e de Portugal.
“Não contava com isso. Recebi a notícia e disse: “Meu Deus! Eu já não contava com essas coisas bonitas!” É muito bom. Esse prêmio é resultado de muita luta. Não foi fácil começar a publicar sendo mulher e negra”, diz ela, que é a primeira mulher afriacana a ganhar o Camões. “Depois de tantas lutas, quando achei que já estava tudo acabado, vem esse prêmio. O que eu posso dizer? É uma grande alegria”, completou.