Uma pesquisa coordenada pela Igreja Católica com documentos produzidos pelos próprios militares identificou mais de cem torturas usadas nos “anos de chumbo” (1964-1985). Esse baú de crueldades, que incluía choques elétricos, afogamentos e muita pancadaria, foi aberto de vez em 1968, o início do período mais duro do regime militar.
A partir dessa época, a tortura passou a ser amplamente empregada, especialmente para obter informações de pessoas envolvidas com a luta armada.
Contando com a “assessoria técnica” de militares americanos que ensinavam a torturar, grupos policiais e militares começavam a agredir no momento da prisão, invadindo casas ou locais de trabalho.
A coisa piorava nas delegacias de polícia e em quartéis, onde muitas vezes havia salas de interrogatório revestidas com material isolante para evitar que os gritos dos presos fossem ouvidos.
Mas ninguém acusado de torturar presos políticos durante a ditadura militar chegou a ser punido. Em 1979, o Congresso aprovou a Lei da Anistia, que determinou que todos os envolvidos em crimes políticos – incluindo os torturadores – fossem perdoados pela Justiça.
A juventude de hoje pouco sabe desses chamados anos de chumbo e nosso filme procura resgatar um pouco dessa história.
Muito gratificante saber que logrou o terceiro lugar em votação popular no Festival de Curtas da Fest & Arte, festival este realizado anualmente no Centro Cultural Parque das Ruínas, com produção da produtora Nozes e patrocínio da Cesgranrio.
Nossos parabéns aos filmes "3 luas", de Laís Pires (1º colocado) e "Primitivo" (2º colocado)