Quase 4 milhões de mulheres fizeram aborto no Brasil nos últimos 20 anos. O número faz parte de um relatório elaborado por universidades de Brasília e do Rio de Janeiro. O estudo concluiu que mais da metade delas é católica.
O levantamento é fruto da análise de todos os estudos científicos publicados no país sobre o assunto nesse período. De acordo com os pesquisadores, o perfil das brasileiras que fizeram aborto surpreendeu.
Em sua maioria, o grupo não é formado por adolescentes, mas por mulheres entre 20 e 29 anos. Mais da metade se declarou católica. E mais de dois terços já têm filhos. A maior parte optou pelo aborto como forma de planejamento familiar.
Por amostragem, concluiu-se ainda que quase 4 milhões de mulheres interromperam a gravidez nas duas últimas décadas no Brasil. Segundo o estudo, essas brasileiras têm relacionamento estável e o homem costuma participar ativamente da decisão.
O relatório cita estudos que identificaram uma mudança na forma de fazer aborto. A partir da década de 90, em vez de procurar clínicas clandestinas ou aplicar injeções, as mulheres passaram a optar pelo uso de remédios e de chás que interrompem a gestação. Esses métodos são menos invasivos, mas também oferecem risco.
Segundo Deborah Diniz, uma das coordenadoras da pesquisa, diante desses dados, é preciso dar um novo enfoque à discussão do aborto.
O Ministério da Saúde e a Conferência Nacional dos Bispos dos Brasil (CNBB) se disseram preocupados com essas informações.
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