quinta-feira, 2 de julho de 2020
O FBI e a Lava-Jato
Reportagem do site The Intercept, em parceira com a Agência Pública, divulgada nesta quarta-feira (1º) sobre conversas obtidas pela Vaza Jato revelam que ao menos 12 agentes do FBI, bureau estadunidense de investigação, atuaram com a Lava Jato no Brasil.
De acordo com a reportagem, as investigações em conjunto se tornaram símbolo de “parceria bem sucedida” para ambas as partes e levaram à promoção diversos desses agentes americanos.
Um dos maiores defensores da cooperação entre Estados Unidos e Brasil era George “Ren” McEachern,(foto) ex-chefe da Unidade de Corrupção Internacional do FBI até dezembro de 2017 e responsável por supervisionar as investigações da Lava Jato em nome do Departamento de Justiça americano.
McEachern chegou a conceder uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo em fevereiro de 2018 sob o título “Curitiba mandou a mensagem de que o Brasil está ficando limpo”.
Outros agentes que colaboraram com a Lava Jato são quase anônimos, de acordo com a reportagem. Um deles, por exemplo, é Jeff Pfeiffer, que acompanhou McEachern em viagem ao Brasil para negociar com delatores da Lava Jato. Outros agentes que participaram da cooperação são Steve Moore e David F. Williams.
Confira a lista completa na reportagem da Agência Pública.
A procuradora Thaméa Danelon,(foto) ex-coordenadora da Lava Jato em São Paulo, deletou seu perfil no Twitter depois de revelado o elo entre integrantes da força-tarefa com a agente Leslie Rodrigues Backschies, do FBI– departamento federal de investigações dos EUA.
A legislação brasileira só permite a participação de agentes norte-americanos em diligências ou investigações ocorridas em solo brasileiro perante autorização do Ministério da Justiça.
Não há nenhuma explicação do FBI e da Embaixada dos EUA sobre o motivo de manter agentes no Brasil. Contudo, 1 documento obtido pela Agência Pública revela que, em outubro de 2019, foi feito 1 anúncio em busca de 1 “investigador de segurança” para atuar na equipe do adido legal, dedicando 70% do seu tempo para as investigações em todas as regiões do Brasil. “Essas investigações são, frequentemente, altamente controversas, podem ter implicações sociais e políticas significativas”, diz o anúncio.
Em uma troca de mensagens com Dallagnol, a procuradora Thaméa Danelon aparece diversas vezes contando ao “amigo” sobre planos de palestras e acordos realizados com agentes do FBI.
Fontes: Revista Fórum e Poder360