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Foi
apresentado pelo PSOL um pedido de cassação do mandato da deputada federal
Coronel Fernanda (PL/MT) ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados após a
parlamentar bolsonarista ter feito uma menção cruel e aviltante ao assassinato
do irmão da deputada federal do PSOL Sâmia Bomfim, o médico Diego Bomfim,
vitimado num trágico episódio em um quiosque da Barra da Tijuca, no Rio de
Janeiro, no ano passado.
A
agressão aconteceu durante sessão na Comissão de Constituição de Justiça sobre
a PEC 45, que propõe a criminalização da posse ou do porte de qualquer
quantidade de droga, ocorrida na última terça (4).
Sâmia
Bomfim havia solicitado a retirada do projeto de pauta e defendeu que o tema
deveria ser tratado como assunto de saúde pública e não de polícia.
Durante
sua fala, ela criticou o deputado Ricardo Salles (PL/SP), que é autor do
relatório a favor da emenda à Constituição e também réu por exportação ilegal
de madeira. “Muito me espanta esse relatório ser feito por um traficante de
madeira querendo criminalizar o usuário”, disse a parlamentar do PSOL.
Neste
momento, a deputada Coronel Fernanda pediu à presidente da comissão que
retirasse a fala da ata da reunião. Na tentativa de ofender e tripudiar da
deputada do PSOL, ela insinuou relações com traficantes e foi desrespeitosa com
a memória de seu irmão. “Se ela está tratando com traficante, ela tem que
conversar com o pessoal lá do morro do Rio, que cometeu crime gravíssimo e ela
sabe qual que eu estou falando. Respeito é bom e a gente gosta”, declarou a
bolsonarista, surpreendendo os presentes e o público das redes em geral pelo
nível grotesco da abordagem.
Em
resposta e compreensivelmente indignada, Sâmia Bomfim respondeu que uma pessoa
tem que ter “moral de lixo” para usar o caso de seu irmão em uma discussão
sobre a descriminalização das drogas. Ela destacou que a PEC favorece o crime
organizado e que o Comando Vermelho seria o principal beneficiário. “Tenha
respeito pelo luto da minha família e responda a sociedade por ajudar a
alimentar o crime organizado, que traz dor para tantas famílias brasileiras
como a minha”, rebateu.
No
texto da representação, a bancada e a presidente do PSOL, Paula Coradi, afirmam
que a deputada Coronel Fernanda “desonrou o cargo para o qual foi eleita,
abusando das prerrogativas asseguradas para cometer as ilegalidades e
irregularidades”.
“Uma
tragédia pessoal que causa tanta dor como a que aconteceu com o meu irmão e a
minha família não deve nunca ser utilizada como provocação em nenhuma discussão
política, em nenhum contexto. A deputada passou de todos os limites éticos,
morais e humanos ao fazer isso. Por isso, estamos sim estudando medidas
jurídicas e também representando no Conselho de Ética. A extrema direita abriu
a tampa do esgoto da imoralidade e da desumanidade. Vimos conduta semelhante
quando Bolsonaro caçoava das pessoas doentes de Covid 19. São valores que não
são compartilhados, eu tenho certeza, pelas famílias brasileiras, e não é o que
se espera de uma figura pública. A gente vai até o fim exigindo a
responsabilização da deputada”, declarou Sâmia Bomfim.
Vários
parlamentares usaram da palavra para repudiar as baixarias ditas pela
bolsonarista deputada que mostrou um notório baixo nível uma vez que lhe falta
argumento para o debate político.
Este
blog se solidariza com a deputada e espera que o Conselho de Ética da Câmara
dos Deputados puna exemplarmente essa deputada que não honra o cargo para qual
foi votada.