Durante os últimos 30 anos a Rússia tem tentado com persistência e paciência acordar
com os países-líderes da OTAN sobre os princípios de segurança igualitária e
indivisível na Europa.
Em resposta os países membros da OTAN responde com mentiras ou tentativas de pressão e chantagem.
Enquanto isso, a Aliança Atlântica, apesar de todos os protestos e
preocupações, continua se expandindo. O veículo militar avança. Cada vez
chegando mais e mais perto das fronteiras russas.
Por que tudo isso acontece? De onde vem essa maneira
arrogante de falar de posições de exclusividade, infalibilidade e permissão
para fazer tudo? De onde vem essa atitude que desdenha os interesses e
exigências totalmente legais dos países?
Para procurar entender esse desejo por conquistas, baseadas
em mentiras fantasiosas, devemos lembrar
alguns aspectos da ingerência dos Estados Unidos na OTAN, vamos lá:
Primeiro, sem nenhuma autorização do Conselho de Segurança
da ONU realizaram uma operação militar sangrenta contra Belgrado, usaram
aviação e mísseis bem no centro da Europa. Várias semanas de bombardeios sem
parar contra cidades e infraestrutura vital. Temos que voltar a lembrar esses
fatos, já que uns países do Ocidente não gostam de lembrar esses eventos, e
quando se fala disso, costumam se referir não a normas do direito internacional,
mas a circunstâncias que interpretam como corretas.
Depois chegou o turno do Iraque, Líbia e Síria. O uso
ilegítimo da força militar contra Líbia
e a distorção de todas as decisões do Conselho de Segurança da ONU sobre a
questão Líbia levaram à destruição completa do Estado líbio, sem contar no
surgimento de um gigantesco foco do terrorismo internacional e uma catástrofe
humanitária incessante, que levou ao afundamento do país em uma guerra civil de
vários anos.
Uma tragédia, a que foram submetidas centenas de milhares de
pessoas não só na Líbia, mas também em toda a região, ocasionou uma saída
migratória massiva do Norte da África e do Oriente Médio para a Europa.
Esse destino foi preparado também para a Síria. As ações de
combate de coalizão do Ocidente no território deste país, sem permissão do
governo sírio e autorização do Conselho de Segurança da ONU, nada menos são do
que uma agressão, uma intervenção.
Entretanto, um lugar especial nessa fila tem com certeza a
invasão do Iraque, também sem nenhum fundamento de direito. Como pretexto foi
escolhida a alegada verdadeira informação que tinham os EUA sobre a presença de
armas de destruição em massa no Iraque. Como prova disso, publicamente, aos
olhos de todo o mundo, o secretário de Estado dos EUA sacudiu um frasco com uma
pólvora biológica, afirmando que se tratava de uma arma química que estava
sendo desenvolvida no Iraque.
Depois, veio à tona que tudo era uma falcatrua, um blefe.
Não havia nenhuma arma química no Iraque.
Incrível e surpreendente, mas fato continua sendo fato. A
mentira teve lugar no mais alto nível estatal e das tribunas altas da ONU. Como
resultado, múltiplas vítimas e destruições. Um surto incrível do terrorismo.
Em geral, tem a impressão de que em praticamente todo lugar,
em muitas regiões do mundo onde o Ocidente vem para instalar sua ordem, como
resultado são presenciados ferimentos sangrentos, úlceras do terrorismo
internacional e extremismo.
Bom frisar também a existência de um compromisso firmados
com a Rússia em não expandir a OTAN para o Leste em nem mais um centímetro.
Pois é, NÃO CUMPRIRAM O ACORDO!
Sim, frequentemente pode se ouvir que a política é um
negócio sujo. Pode ser. Mas não tanto assim. Não desta forma. Este
comportamento de trapaceiro não só contradiz os princípios das relações
internacionais, mas também os princípios estabelecidos de moralidade e virtude.
E onde estão a justiça e a verdade? Só há lugar para mentira
total e hipocrisia.
Voltando a questão da Ucrânia em dezembro de 2021, mais uma vez Putin tentou
chegar a um acordo com os EUA e aliados sobre os princípios de segurança na
Europa e de não extensão da OTAN. Tudo em vão. O posicionamento dos EUA não
muda. Eles se acham donos da verdade não acham necessário negociar com qualquer
país. Seguindo seus objetivos, eles desprezam os objetivos de outras nações. E
com certeza, nessa situação surge a questão: o que fazer? O que esperar?
Sabemos muito bem que no ano 40 e no início de 41 do século
passado, a União soviética tentou com todos os meios prevenir ou ao menos adiar
o início da guerra. Para isso, tentou, dentre outras coisas, não provocar até o
final o potencial agressor, não realizava ou adiava as ações mais necessárias e
óbvias para se preparar a repelir um ataque inevitável.
Foi um erro, nos primeiros meses de ações de combate, foram
perdidos territórios gigantes e estrategicamente importantes, e milhões de
pessoas. É isso que a Rússia tenta evitar agora que este erro aconteça pela
segunda vez.
Aqueles que reivindicam o domínio mundial publicamente, sem
pena e, sublinho, sem quaisquer justificativas para isso nos declaram, ou seja,
a Rússia, seu inimigo. Eles, na verdade, dispõem hoje em dia de grandes
capacidades financeiras, científicas, técnicas e militares.
Em se tratando da esfera militar, a Rússia moderna mesmo
após a dissolução da URSS e a perda significativa de seu potencial é hoje um
dos Estados com armas nucleares mais fortes do mundo. E ainda mais, tem certas
vantagens em uns dos tipos de armamento mais moderno. Considerando isso,
ninguém deve ter dúvidas de que um ataque direto ao país levaria a derrota e
consequências terríveis para qualquer agressor potencial.
A expansão da OTAN tem apenas um objetivo, a hegemonia
política dos Estados Unidos, que sempre se arvoraram donos do mundo e não
passam de terroristas de Estado.
Acreditamos em uma saída diplomática mas temos total
convicção que Putin está com razão em repelir a ameaça americana.