Cientistas de algumas das mais importantes instituições brasileiras e internacionais fizeram um apelo ao governo brasileiro para que sejam “imediatamente abertas negociações com o Instituto Butantã”, de São Paulo, responsável pela produção da Coronavac, em parceria com o laboratório chinês Sinovac. E também para que a vacinação comece “o quanto antes”. Em meio à disputa política entre o presidente da república, Jair Bolsonaro, e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), a vacina não está sendo oficialmente considerada pelo Ministério da Saúde para a campanha de imunização contra a covid-19.
Os especialistas pedem que as decisões sejam baseadas em evidências científicas e não “em eventuais cenários políticos de fundo”, aponta a nota pública do grupo, divulgada na noite desta quarta, 9. “É mister considerar que um atraso na campanha de vacinação significa vidas perdidas e precisamos, neste momento, utilizar a ciência para a tomada de decisão que norteará o que mais importa: a preservação de vidas de milhares de brasileiros e brasileiras”, pondera o texto. “Esta é a mais importante tarefa do nosso tempo e todos os esforços devem ser envidados para a sua realização oportuna, segura e efetiva.”
O grupo técnico epidemiológico que assina a nota pública é formado por especialistas da Organização Panamericana de Saúde (Opas), braço da Organização Mundial de Saúde, Fiocruz, Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Médicos Sem Fronteiras, entre muitos outros conselhos e organizações. O grupo foi criado para auxiliar o Ministério da Saúde na elaboração do Plano Nacional de Imunização. Os especialistas estiveram reunidos ao longo desta quarta-feira para a elaboração da nota.
Fonte: Estadão