Imagem: Victor Moriyama/ISA
A história recente dos Yanomami é marcada pela disseminação de doenças levadas por garimpeiros e outros invasores. Nas décadas de 70 e 80, a abertura de estradas e corridas por ouro chegaram a causar a morte de 13% da população Yanomami por doenças como malária e sarampo. Muitos velhos ainda guardam a dor dessa memória. Agora, os milhares de garimpeiros dentro do território indígena são vetores de transmissão do novo coronavírus, e podem promover a contaminação em massa de uma população já bastante vulnerável.
"Estamos acompanhando a doença Covid-19 na nossa terra e muito tristes com as primeiras mortes dos Yanomami. Nossos xamãs estão trabalhando sem parar contra a xawara", relata Dario Kopenawa Yanomami, jovem liderança de seu povo e vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami. "Xawara" é a palavra Yanomami para as epidemias trazidas pelos brancos. "Vamos lutar e resistir. Para isso, precisamos do apoio do povo brasileiro e das pessoas do mundo todo”, completa Dario, filho de Davi Kopenawa, um dos mais conhecidos xamãs de toda a Amazônia.
A campanha #ForaGarimpoForaCovid é uma iniciativa do Fórum de Lideranças Yanomami e Ye'kwana por meio das organizações Hutukara Associação Yanomami (HAY), Associação Wanasseduume Ye'kwana (SEDUUME), Associação das Mulheres Yanomami Kumirayoma (AMYK), Texoli Associação Ninam do Estado de Roraima (TANER) e Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes (AYRCA).