quinta-feira, 30 de abril de 2020
Bate papo virtual: o teatro do novo mundo
O mundo já não é mais o mesmo com a atual pandemia de coronavirus. Países de todo o planeta estão sofrendo as consequências desta crise, que são econômicas, sociais e também psicológicas. Como em um filme, foi dada uma pausa no cotidiano da humanidade e, compulsoriamente, cada indivíduo é levado a pensar sobre sua forma de existir no mundo: o trabalho, as relações, a maneira como utilizamos nossos recursos, o que se espera de fato da classe política, como gerir pessoas em vulnerabilidade social, etc. São diversos problemas para serem resolvidos em um curto período de tempo e cada escolha pode determinar a vida e a morte de milhares de pessoas.
No meio disso tudo, está também a classe artística, que lida há tempos com vários tipos de discriminação. Diante de uma criança brincalhona, com muita energia, é comum escutarmos frases como "está fazendo arte". Outra frase ouvida com frequência diz que “todo artista é vagabundo”. Esse tipo de comentário revela a predominância, em nossa sociedade, da ideia de arte como algo supérfluo, dispensável. Há, portanto, um preconceito estrutural em relação às artes, provavelmente atrelado à crença do valor mercadológico das profissões, no sentido de que há algumas mais importantes e "úteis" que outras.
Em meio a uma crise que escancara a insuficiência de políticas públicas para todos os setores da sociedade (saúde, educação, cultura, etc.), os espetáculos teatrais, que tanto dependem do público, tem estado parados. Para alguns artistas, uma alternativa tem sido as transmissões ao vivo, principalmente pelo Instagram. Muitos também são professores e migraram suas aulas de teatro para plataformas virtuais.
Além de levar à reinvenção das formas de expressão artística, a pandemia é uma oportunidade para artistas se mobilizarem em prol de ações solidárias e de impacto coletivo.
Em contextos de crise e de tensão econômica, política e social, a arte sempre teve o papel de proporcionar a contemplação necessária, seja de nós mesmos, seja da sociedade como um todo. Nessa contemplação, é possível obter o alento necessário para seguir em meio à adversidade ou um novo estímulo para buscar a transformação da realidade. Hoje, mais do que nunca, é preciso reafirmar a importância do teatro e das artes, para que eles não sejam esquecidos pelas políticas culturais e pela população.
A conversa vai acontecer pelo Instagram da Casa das Artes @casa_artes
O terrivelmente evangélico comete o primeiro pecado ao chamar amigo de miliciano de profeta
Matéria transcrita do Portal de Notícias @jornalismo.online, assinada por José Lopes: Após muitas especulações sobra a ida de Sérgio Moro para o Supremo, Bolsonaro quebrou o acordo que levou o ex-juiz e herói da Lava Jato a integrar o seu governo. Em setembro do ano passado, anunciou que a vaga seria ocupada por alguém “terrivelmente evangélico”, se referindo a André Mendonça. Foi quando Moro se recolheu e começou a se preparar para entrar na política, caso seu nome não fosse indicado. Por outro lado, Mendonça aguardava a sua promoção, enquanto sua esposa “dobrava os joelhos”.
A entrada de André Mendonça como ministro da Justiça não foi surpresa, Ibanes, governador do DF, já havia dito que Bolsonaro teria um nome “100 vezes melhor” que Moro. Ao assumir, o “terrivelmente evangélico” comete o seu primeiro pecado; chamando de “profeta de combate a corrupção”, um homem que é admirador dos piores ditadores, defensor de milicianos, grupos de extermínios e autor de declarações assustadores contra os Direitos Humanos.
Além de tudo, se colocou como “servo” um termo arcaico para escravo; ele não precisava ter dito uma frase tão infeliz. André Mendonça foi criado numa família religiosa e frequenta a Igreja Presbiteriana onde atua como pastor. Tem qualificação para o cargo, pois é formado em Direito, Ciências Jurídicas e Sociais, Bacharel em Teologia e outras especializações; tem o perfil técnico e um vasto curriculum.
Estava atuando como chefe da AGU (Advocacia-Geral da União) até que na madrugada de 28 de abril de 2020, teve sua nomeação publicada no Diário Oficial da União (DOU) para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública, após o pedido de exoneração do então ministro Sérgio Moro. Ao chamar o seu chefe de “Profeta” (espécie de santo) e a si mesmo de “servo”, um sinônimo para escravo, deu sinais de submissão.
Ele é altamente qualificado e tem um vasto curriculum, no entanto, ficou claro que será mais um protetor e defensor do projeto messiânico da seita bolsonarista. Demonstrou isso antes de assumir como ministro, ao defender que, “Agora não é um bom momento para criminalizar a propagação de fake news, as notícias falsas publicadas com o objetivo de difamar”, argumentando que se trata de liberdade de expressão.
Como sabemos, os filhos do presidente são acusados de estarem por trás do chamado “Gabinete do Ódio” e na propagação das notícias falsas. Se colocar como servo do clã dos bolsonaros não é compatível com as suas qualificações e com o cargo que ocupa.
quarta-feira, 29 de abril de 2020
Bolsonaro acusa OMS de incentivar sexualidade infantil, mas recua e apaga post
Fotomontagem: Antonio Lucena/VEJA
Segundo a revista Carta Capital sem citar a fonte e nem apresentar qualquer documento oficial, o presidente Jair Bolsonaro publicou em suas redes sociais, na noite desta quarta-feira 29, uma suposta lista de “diretrizes para políticas educacionais” da Organização Mundial da Saúde (OMS) em que aparecem recomendações de “masturbação” e “relações entre pessoas do mesmo sexo” para crianças de 0 a 4 anos e de 4 a 6 anos, respectivamente.
Com a intenção de atacar à OMS, entidade que, entre outras coisas, recomenda ações para o combate ao coronavírus no mundo, Bolsonaro publicou a suposta recomendação com um questionamento: “Essa é a Organização Mundial da Saúde (OMS) que muitos dizem que devo seguir no caso do coronavírus. Deveríamos então seguir também suas diretrizes para políticas educacionais?”. O post, porém, foi deletado pela conta presidencial cerca de 20 minutos depois de publicado.
É um caso perdido de esquizofrenia e somente a internação em hospital psiquiátrico vai resolver.
Bolsonaro faz piada com mortes no Brasil
Foto:Adriano Machado/Reuters
“Sou Messias, mas não faço milagre”. A frase absurda de Bolsonaro mostra a cara de pau da política dessa extrema direita em se colocar a todo momento no polo do negacionismo, afirmando se tratar de “apenas uma gripezinha” enquanto os trabalhadores e os setores mais pobres e precarizados do país, especialmente os negros, estão vendo seus familiares morrerem sem poderem fazer nada, sem saberem a causa exata e sequer terem direito à velório. São obrigados a trabalhar sem máscaras ou qualquer proteção, com corte de salário e ameaça de demissão – graças a MP da Morte do governo – não são garantidos testes em massa para a população e a subnotificação pode estar em até 15 vezes maior do que os números oficiais.
Sistemas de saúde por todo país começam a colapsar e casos grotescos como as valas comuns que vimos em Manaus, ou toda “elegância” de Doria e Witzel que preferem encomendar enormes frigoríficos para não desgastar sua imagem, são cada vez mais frequentes. Não bastasse isso a ampla maioria dos governadores tem adotado um discurso de que estamos lidando bem com a pandemia, que o pior está passando e devemos reabrir gradualmente o comércio e flexibilizar as quarentenas para salvar a economia!
Mais uma vez fica claro que independente do setor dos grandes capitalistas, verdadeiros parasitas que lucram com nossas mortes, que tenta se colocar como melhor gestor da pandemia – seja os militares que com sua mão de ferro sustentam o bolsonarismo cruel, seja os governadores com o congresso e o STF – seremos nós a sair perdendo sempre. Está mais do que na hora de apresentarmos uma alternativa independente que defenda os trabalhadores, a juventude e conjunto dos setores oprimidos em meio a pandemia.
domingo, 26 de abril de 2020
Regina Duarte com medo e preocupada
Foto: Reprodução
Há dois meses no Ministério da Cultura, Regina revela estar com medo de não agradar o presidente durante sua função na cultura, segundo relata amigos. Desde que entrou para o governo Bolsonaro, a atriz está impedida de demitir ou agregar seu pessoal. Para não ser criticada, ela ignora a classe artística e passa a não denunciar as sabotagens de que é vítima no governo.
Regina foi nomeada ao cargo de secretária no início de abril, após Roberto Alvim ser exonerado de sua função pelo presidente Bolsonaro. Na ocasião, a atriz é conhecida do presidente há anos. Seu medo principal é desagradar o presidente e perder o cargo em que hoje está, deixando à função de Marcelo Álvaro Antônio.
Nesta última sexta-feira, 24, Regina Duarte explicou o motivo de sua ausência na coletiva do presidente, ela alegou que estava em São Paulo e não pôde comparecer ao local. A assessoria de Regina afirmou que com sua idade avançada, voos e o coronavírus, dificultaria a chegada da atriz a Brasília.
Na ocasião, Bolsonaro se defendeu e fez críticas ao ex-ministro Sérgio Moro, ao lado de quase todos os outros em que se encontravam no local, após ter sido alvo de uma grande denúncia relacionada à troca no comando da Polícia Federal, para ter acesso a inquéritos e denúncias em andamentos no Supremo Tribunal Federal, o que para Moro não faz parte do trabalho policial.
Trocando em miúdos, Regina Duarte esttá pouco se lixando para a cultura e para o povo brasileiro, como todos desse governo fascista.
sábado, 25 de abril de 2020
Moro fora do governo*
Foto: Reprodução
Em um ato que balança o governo Bolsonaro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, acaba de fazer um pronunciamento público informando o seu pedido de demissão.
Essa situação já vinha se configurando há alguns dias por conta da determinação de Bolsonaro de trocar o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo, posto que é de competência de nomeação do ministro da pasta e não do presidente.
A gota d’agua, que levou ao desfecho da situação, foi o decreto de demissão de Valeixo publicado hoje no Diário Oficial em nome de Moro sem a autorização prévia do ministro. Esse gesto de Bolsonaro, além de ilegal, foi na prática uma exoneração de Moro do ministério, o que tornou a sua permanência insustentável.
Em um pronunciamento bombástico de demissão ainda pouco, Moro justificou seu pedido de demissão dizendo que Bolsonaro quer trocar o comando máximo da PF sem razões “aceitáveis”, parar ter acesso a relatórios “confidenciais” da inteligência e impor uma “interferência” política inaceitável ao órgão. Acusações gravíssimas que por si só são motivo para a abertura de um processo de impeachment ou cassação pelo STF.
Em seu pronunciamento informou, ainda, que procurou um acordo ao apresentar um nome alternativo para o comando, mas que Bolsonaro não aceitou. E destacou que em nenhum dos governos anteriores, de Temer, Dilma ou Lula, houve quebra da autonomia da PF.
Rusgas entre Bolsonaro e Moro não são recentes. No ano passado o primeiro quis interferir na superintendência da PF do Rio de Janeiro devido à investigação de corrupção na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) contra o então Deputado Estadual Flávio Bolsonaro – hoje Senador da República.
No entanto, com mais um cercamento investigatório à família Bolsonaro, devido à autorização pelo STF de abertura de inquérito federal a pedido da PGR para investigar crimes contra a Lei de Segurança Nacional cometidos no ato de domingo passado (19). que envolvem diretamente Carlos Bolsonaro (Vereador pela cidade do Rio de janeiro e chefe do chamado “gabinete do ódio” – investigações que se somam a CPI que investiga fakenews -, Bolsonaro entra em desespero pessoal e político.
Isso porque se qualquer uma dessas investigações avançarem fará com que os crimes que envolvem somas milionárias de corrupção na ALERJ, os de utilização de fakenews nas eleições de 2018 e de envolvimento e financiamento nos atos em defesa de um golpe militar recaiam diretamente sobre os Bolsonaro. Sem falar que o avanço destas investigações pode destravar a investigação de quem foi mandante da execução política de Marielle Franco – todos indícios levam ao envolvimento direto de Bolsonaro e cia nesse crime político covarde.
A demissão do “Super Ministro” Moro, figura execrável, agente direto da ofensiva reacionária desde as manobras jurídicas, políticas e midiáticas contra Dilma e que condenou Lula sem provas para tirá-lo do jogo eleitoral, é um fato importante na escalada de crise política acabar retirando todos os pilares de sustentação de Bolsonaro.
À demissão de Moro se soma a demissão do Ministro da Saúde (Luiz Henrique Mandetta) – Bolsonaro quer impor a linha genocida diante da pandemia – e o isolamento de outro “Super Ministro”, o da Economia (Paulo Guedes) – governo sem a presença de Guedes colocou ministros militares para anunciar uma plano “desenvolvimentista” de 10 anos de investimentos públicos em infraestrutura. Ou seja, diante de uma iminente catástrofe sanitária, que irá gerar um caos sociopolítico que pode ser explosivo, Bolsonaro faz uma reforma ministerial que torna o seu governo ainda mais “sangue puro”, quer dizer, mais autoritário e mais afeito à sua própria imagem e semelhança.
Estamos assim diante de um governo mais bonapartista reacionário que se prepara para a “guerra” com o objetivo de barrar as investigações de terríveis crimes que levam diretamente a ele e a seus filhos, para avançar de forma autoritária sobre os demais poderes e, principalmente, para reprimir uma possível explosão social que esta por vir como avanço da catástrofe sanitária, social e política que se avizinha.
Diante de um governo mais autoritário – um perigo para os direitos democráticos dos trabalhadores -, mas que tem uma série de contradições e fragilidades (envolvimento em corrupção, crise econômica e perda de popularidade), é decisiva a construção por cima (com as direções) e por baixo (na base, que já está se desenvolvendo nas comunidades em solidariedade) da unidade com todas as forças que dizem defender a “democracia” para colocar em prática uma campanha pelo Fora Bolsonaro já!
Mas isso não basta, além de entender a gravidade da situação, no sentido de construir uma campanha unitária em defesa dos direitos democráticos e de medidas emergenciais para combater a pandemia, é necessário e urgente estabelecer um fórum/frente da esquerda que seja um polo anticapitalista e antiburocrático diante da falência política do lulismo. Espaço político que seja capaz de traçar uma tática comum para a conjuntura que vá para além do “Fora Bolsonaro” e um programa mínimo dos trabalhadores – que os ricos paguem pela crise – diante da crise sanitária, social e política.
Não aceitaremos que toquem em nossos direitos!
Fora Bolsonaro e Mourão!
Eleições Gerais para que o povo decida!
Unificar as lutas rumo a um calendário de Greve Geral!
Todo apoio aos Comitês de Solidariedade e de Luta!
Por um plano emergencial dos trabalhadores de combate à pandemia!
*Texto de Antonio Soler, originalmente publicado em 24/4/2020, pela esquerda.web
quinta-feira, 23 de abril de 2020
Os ratos já estão abandonando o navio: Moro pede demissão!
Foto: Pedro França/Ag. Senado
O ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro pediu demissão do Ministério da Justiça após ser comunicado por Jair Bolsonaro da exoneração do diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo, do cargo. Bolsonaro estaria tentando, no momento, reverter a decisão de Moro.
O ministro foi avisado da troca no comando da PF em reunião no Palácio do Planalto. A mudança está programada para a próxima semana.
Em setembro do ano passado, Moro ameaçou deixar o governo caso Maurício Valeixo fosse exonerado do comando da Polícia Federal. Diante da popularidade de Moro, Bolsonaro recuou.
Moro voltou a frigideira de Bolsonaro no início deste ano, quando o presidente fez nova ameaça, de rachar o ministério da Justiça para alocar o ex-deputado Alberto Fraga, antigo amigo de bancada da bala, em pasta que cuidaria da Segurança Pública.
Maurício Valeixo é um nome de confiança de Moro na Polícia Federal. O delegado foi superintendente da Polícia Federal no Paraná e coordenou a operação de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foi também em sua gestão que foi fechada a delação de Antonio Palocci com a PF em Curitiba.
Fontes: Folha de São Paulo e Revista Fórum
terça-feira, 21 de abril de 2020
Anistia Internacional repudia manifestações pró-Regime Militar
A Anistia Internacional repudia qualquer manifestação que tenha por objetivo pedir a volta do Regime Militar que se instalou de 1964 a 1985, no Brasil. O Golpe Militar deu início a um período de exceção, marcado por graves violações de direitos humanos, como direito à vida, direito à dignidade humana, à liberdade de associação, à liberdade de expressão, entre outros.
“Em um momento de crise global, em que todos os brasileiros precisam de um governo que enfrente à crise da COVID-19 e garanta o acesso à assistência médica de forma ampla, sem deixar nenhum cidadão para trás, fazer memória do Regime Militar e defender seu retorno é um enorme retrocesso. Expõe o cidadão brasileiro a violações de direitos humanos fundamentais garantidos pela Constituição de 1988. Não podemos esquecer que durante o Regime Militar torturas, estupros, assassinatos, cassações de direitos políticos e desaparecimentos forçados foram praticados por agentes do Estado que tem o dever de proteger toda a população, independente de seu posicionamento político e ideológico. É grave que o presidente Jair Bolsonaro participe de manifestações que exaltam o Regime Militar, pois ele deve dar exemplo de garantias de direitos para todos os brasileiros e brasileiras”, afirma Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil.
domingo, 12 de abril de 2020
Amanhã pode ser tarde demais para deter Bolsonaro*
Foto: Reprodução
*Publicado originalmente em El País.
Nada poderia ser pior do que minimizar o perigo que corre hoje o Brasil nas mãos de um personagem, como o capitão reformado e ultradireitista Jair Bolsonaro, que não só caçoa de uma epidemia que está colocando o mundo de joelhos, como tenta se aproveitar dela para minar as instituições democráticas e sustentar sua ânsia de poder.
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Aproveitar este momento de angústia nacional para politizar um drama em que o país está entre a vida e a morte pensando em sua reeleição, é um crime sem perdão.
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Com seu estilo sibilino de dizer e se desdizer, de brincar de esconde-esconde, o presidente acaba confundindo e impondo seu estilo de aprendiz de ditador enquanto há quem ainda o veja como inofensivo por considerá-lo um despreparado e incapaz. Pelo contrário, aquele que sonhou em ser general do Exército e acabou como simples capitão é mais perigoso à democracia do que muitos pensam. Vai roendo sem que percebamos nossas liberdades e capacidades de decisão. E espera o momento propício para dar o golpe.
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Quem pensava que os militares, começando pelos generais que ele colocou no Governo, seriam garantia contra seus caprichos autoritários hoje se veem isolados e retirados do Governo contra sua vontade se não se colocarem às suas ordens. Todos os seus pecados vão sendo perdoados, até contra o senso comum. Permitem que ele apresente ao exterior uma imagem do país que vai na contramão dos maiores líderes mundiais na luta contra a epidemia do coronavírus porque se pensa que ninguém vai acreditar nele.
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O presidente é mais perigoso do que parece porque suas ambições de poder são muito maiores do que imaginam até os que estão ao seu lado. Sua capacidade de totalitarismo e de desejo de colocar aos seus pés as instituições democráticas são insaciáveis e já existem desde jovem, quando sendo simples soldado sonhava em presidir o país utilizando até métodos de terror, como quando no quartel brincava de ser terrorista e subversivo. Também à época o Exército o perdoou porque o considerava inofensivo e ingênuo. Hoje vemos que não era.
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Foi considerado como inofensivo também quando já na política, como deputado, fazia troça dos valores democráticos, exaltava as ditaduras e a tortura e humilhava as mulheres e os de outras preferências sexuais. Ele podia tudo porque era considerado inofensivo, do baixo clero. Podia vomitar as maiores barbaridades porque se pensava que era um personagem folclórico, até engraçado, um zé ninguém. Não era. E chegou ao maior cargo do Estado e por voto popular.
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Em meio ao drama da epidemia do coronavírus que assusta o mundo e ainda não sabemos quantas vítimas causará, o presidente continua irresponsavelmente em sua teimosia de negar as evidências e ir contra a opinião pública altamente majoritária como revelou a última pesquisa do Datafolha. E se aproveita da tragédia para sonhar até mesmo em impor o estado de sítio e colocar o Exército no comando do país. Exército que, para concretizar seu antigo sonho de poder, agora como Presidente teria aos seus pés.
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Enquanto os que realmente importam no país e são responsáveis por seu destino continuarem subestimando os sonhos secretos de onipotência do capitão da reserva, deveriam olhar para trás na história para lembrar que foram personagens que em sua época pareciam inócuos e farsantes que acabaram criando holocaustos e guerras para se vingar dos que os consideravam figuras menores e inofensivas. Será preciso lembrar nomes dos grandes tiranos da História que surgiram da mediocridade da política? Não é difícil lembrar da tragédia do mundo cada vez que para overna-lo forem colocadas em seu comando personagens menores, considerados inofensivos e facilmente domináveis que se tornam insaciáveis em sua loucura pelo poder absoluto.
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Se os lúcidos, os normais, os que são capazes de exercer o poder como um serviço à comunidade, acabarem devorados pelas ânsias de poder dos medíocres e falsos loucos capazes de tudo para continuar no pedestal do poder, amanhã pode ser tarde demais.
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Não deixemos que o Brasil verdadeiro, hoje amedrontado, o que trabalha e se sacrifica para se apresentar ao mundo como o grande país que é por tradição e história, por sua capacidade de suportar as piores crises, por suas riquezas naturais e espirituais acabe sufocado pela ignorância e a loucura dos que desejam transformá-lo em uma republiqueta periférica no mundo.
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Esse amor pelas atitudes violentas e de confronto contra todos, pelos conflitos violentos, pela política do ódio sempre foi o sonho de todos os aprendizes a ditadores que tentaram camuflar seus complexos de inferioridade com o troar dos canhões e o sacrifício de milhões de pessoas perpetrado no altar da loucura política da sede de domínio.
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Que o Brasil, assustado com razão por uma epidemia que mata e transforma a todos em prisioneiros de guerra, não espere mais e procure a fórmula constitucional que permita colocar o país nas mãos de alguém normal, sem patologias e delírios de poder capaz de lidar com sensatez nessas horas críticas que podem marcar o futuro de um país que está se revelando solidário e com vontade de vencer essa batalha e continuar com sua vocação de paz e seus desejos de felicidade.
Que o Brasil não precise se arrepender de não ter reagido a tempo deixando que alguém que já deu provas suficientes de que é incapaz de governar um país dessa envergadura e menos ainda em momentos decisivos como esse, continue perigosamente arrastando-o a uma aventura cujo final não é difícil de se imaginar.
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E é para hoje. Amanhã será tarde demais.
sexta-feira, 10 de abril de 2020
Visite museus sem sair de casa
Instalado em um casarão tombado do século XIX, o Museu Villa-Lobos reúne objetos e documentos referentes à vida e à obra do compositor e maestro Heitor Villa-Lobos. O acervo tem mais de 53 mil itens, entre partituras (manuscritas e impressas), correspondências, recortes de jornais, discos, filmes, livros, condecorações, instrumentos musicais e objetos de uso pessoal.
Quer conhecer mais o museu?
Acesse:Acervo digital (Tainacan); Conhecendo Museus; Site
terça-feira, 7 de abril de 2020
Inscrições abertas para o Cine.Ema 2020
Paisagens, memória, projeções para o planeta do futuro e a relação entre o ser o humano e a natureza: tudo isso é campo vasto para o diálogo entre a sétima arte e o meio ambiente. A partir do dia 06 de abril, obras audiovisuais sobre esta temática já podem ser inscritas para a edição de 2020 do Cine.Ema. Com o tema “A natureza sou eu”, o festival chega à sexta edição propondo um olhar sobre a natureza enquanto essência de todo ser vivo e, por isso, uma responsabilidade compartilhada.
Os filmes serão avaliados por uma curadoria e, caso selecionados, participarão da mostra competitiva do Cine.Ema ou da mostra infantil Cine.Eminha. Prevista para o segundo semestre de 2020, a programação será realizada em Burarama, distrito de Cachoeiro de Itapemirim, e na Reserva Ambiental Águia Branca, em Vargem Alta. Diferente do que acontece na maioria dos festivais, onde o filmes são premiados de acordo com seus respectivos gêneros, no Cine.Ema a disputa é pelas categorias Contribuição ao Meio Ambiente, Contribuição Artística, Revelação, Especial Infanto Juvenil e Especial Mostra Ema Mulheres. O Cine.Ema - Festival de Cinema Ambiental do Espírito Santo é uma realização da Caju Produções e do Ministério da Cidadania com o patrocínio da BRK Ambiental e do Grupo Águia Branca. Inscrição e regulamento AQUI.
segunda-feira, 6 de abril de 2020
Prefeito de Varginha renuncia.
O prefeito de Varginha, Antônio Silva (PTB), renunciou ao cargo na manhã desta segunda-feira (6). A renúncia acontece um dia após o prefeito revogar o decreto que permitia a reabertura do comércio da cidade nesta segunda-feira (6) em meio à crise do novo coronavírus.
A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da prefeitura. O prefeito havia retornado de férias na semana passada e já se viu diante da crise do novo coronavírus. Desde o começo da crise, quem comandava as ações na prefeitura era o vice-prefeito, Verdi Lúcio Melo. Após pressão de empresários, na sexta-feira (3), Antônio Silva emitiu um decreto permitindo a reabertura de parte do comércio da cidade com restrições.
Mas neste domingo (5), a decisão de revogar o decreto veio após questionamentos de diversos órgãos como o Ministério Público, a Associação Médica, a comissão de enfrentamento ao Covid-19, o Conselho Municipal de Saúde e a Superintendência Regional de Saúde.
Em 2016, Antônio Silva, de 77 anos, foi eleito para o seu 4º mandato em Varginha, com 43,98% dos votos. Antes do mandato 2016-2020, ele já havia governado a cidade entre 2012 e 2016, 1997 e 2000 e 1989 e 1992.
O vice-prefeito, Verdi Lúcio Melo, deverá ser empossado pela Câmara de Vereadores de Varginha ainda nesta segunda-feira.
Fonte: G1
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