quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Relator condena ex-ministro José Dirceu e mais 7 por corrupção ativa
O relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, condenou nesta quarta-feira (3) oito réus por corrupção ativa (oferecer vantagem indevida), entre eles o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.
Segundo Barbosa, Dirceu foi o "mandante" do esquema de pagamento de dinheiro a partidos da base aliada em troca de apoio político no Congresso ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além de Delúbio, Genoino e Dirceu, foram condenados pelo relator Marcos Valério e seus sócios (Cristiano Paz e Ramon Hollebarch). Também foram condenados Rogério Tolentino e Simone Vasconcelos, ex-funcionários de Valério. Barbosa absolveu das acusações de corrupção ativa o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto e Geiza Dias, ex-funcionária das agências de Marcos Valério- veja aqui o que diz a defesa dos réus.
A pena para o crime de corrupção ativa varia de 2 a 12 anos de prisão. A dosimetria da pena será definida pela corte ao término do julgamento dos 37 réus. Com a conclusão do voto do relator, o ministro-revisor, Ricardo Lewandowski se manifestará sobre os acusados por corrupção ativa. Em seguida, os demais ministros vão proferir voto no subitem.
"O conjunto probatório sobre os pagamentos efetuados por Delúbio [ex-tesoureiro do PT] e Marcos Valério a parlamentares coloca o então ministro da Casa Civil na posição central da organização e da prática, como mandante das promessas de pagamento das vantagens indevidas a parlamentares para apoiar o governo", afirmou Barbosa, ao condenar Dirceu por corrupção.
O ex-ministro sempre negou a acusação de que foi o "chefe" do suposto esquema do mensalão. Na sustentação oral, numa sessão anterior do julgamento, o advogado de José Dirceu, José Luis de Oliveira Lima, negou que tenha existido esquema de compra de votos e afirmou não haver “prova, elemento, circunstância que incrimine" seu cliente.
Para Barbosa, o ex-ministro "comandou" a atuação do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e de Marcos Valério na distribuição de dinheiro a parlamentares. “Os dados permitem perceber que Dirceu comandou a atuação de Delúbio e Valério. Os fatos aqui mostrados derrubam de uma vez a tese da defesa de que José Dirceu não tinha nenhuma relação com Marcos Valério", afirmou.
Fonte: G1