quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Programa de enfrentamento ao crack prevê internação compulsória


O governo federal lançou nesta quarta-feira mais um programa de enfrentamento ao crack. Desta vez, a promessa é investir R$ 4 bilhões da União, em articulação com estados, Distrito Federal, municípios e sociedade civil. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o plano prevê a ampliação dos consultórios de rua - serão 308 até 2014. Esses ambulatórios móveis contarão com a presença de profissionais como médicos, enfermeiros, psicólogos e lideranças locais. São eles que irão determinar se é necessária a internação compulsória, medida polêmica que divide a comunidade médica.

Em maio do ano passado, às vésperas da eleição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou um programa semelhante, que tinha como linhas-mestras de atuação os mesmos três eixos do projeto de Dilma, mas com nomes diferentes: cuidado (tratamento), autoridade (combate) e prevenção (mesmo nome no programa de Lula). À época, o PSDB ocupou espaços publicitários para dizer que o petista não estava dando atenção ao problema. O programa de Lula teve como objetivo ajudar Dilma, sua candidata, e destinou R$ 400 milhões para as ações.

"Epidemia"
O mote da atual campanha é "Crack, é possível vencer". O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, comparou o momento atual no combate à droga à epidemia de Aids no início da década de 80, quando a comunidade médica se viu diante de questionamentos éticos e de como atuar para resolver o problema. Na visão de Padilha, a Aids agora está sob controle e a saúde encontrou uma forma de atuação. Isso, segundo acredita, deve se repetir com o crack.

"O crack tem a mesma dimensão deste desafio. No conceito técnico, estamos, sim, diante de uma epidemia de crack em nosso país", afirmou o ministro, observando que de 2003 até o momento aumentou em 10 vezes o número de atendimento na rede de saúde aos dependentes químicos, o que inclui outras drogas além do crack.

"O consultório na rua não serve para internação compulsória. Serve para proteger a vida", disse Padilha, procurando criar uma frase de efeito. De acordo com ele, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) já prevê a internação de crianças e adolescentes que corram risco de vida.

O atendimento psicossocial aos dependentes também funcionará 24 horas por dia, e não mais em horário comercial, como era feito até então. Padilha prometeu multiplicar por quatro o valor diário repassado às enfermarias especializadas em tratamento de álcool e drogas nos hospitais.As unidades de acolhimento serão 430 até 2014.

Fonte: Yahoo