quinta-feira, 19 de julho de 2018
Madre Teresa de Calcutá, uma santa?
Foto: IstoÉ
Madre Teresa de Calcutá é símbolo das mais elevadas causas humanas. Das centenas de sedes de sua congregação, as “Missionárias da Caridade” espalhadas pelo mundo, surgem relatos do cuidado dado aos pobres, excluídos, órfãos e moribundos. Publicamente, a missionária, que morreu em 1997 aos 87 anos, é mais do que um modelo a ser seguido. Dona de um Prêmio Nobel da Paz, conquistado em 1979, e elogiada por presidentes, papas e personalidade de alto quilate, ela foi beatificada em 2003 e está a caminho da santificação. Uma referência no céu e na terra, portanto. “Mas nem todos veem Madre Teresa e sua história com bons olhos”, revela Geneviève Chénard, pesquisadora em educação da Universidade de Montreal, no Canadá. Co-autora de uma pesquisa inédita que expõe uma face pouco conhecida da religiosa, Geneviève reviu, com dois colegas, 287 documentos sobre a freira e descobriu uma nova Madre Teresa, bem menos elogiável e nobre do que a que já se conhece. “Foi uma surpresa até para mim”, admite a estudiosa, que esperava encontrar críticas mais duras, mas não antecipava a enxurrada de acusações com as quais se deparou.
De acordo com os pesquisadores, as discrepâncias entre a realidade e a biografia heroica da candidata à santa vão da administração das sedes das congregações das Missionárias da Caridade à natureza da fé de Madre Teresa. “Vimos, por exemplo, que a congregação era pouco criteriosa na hora de aceitar doações em dinheiro”, afirma Geneviève. Da análise documental, a impressão que ficou é que, para a organização, dinheiro era dinheiro, independentemente de onde vinha. Seguindo essa lógica, Madre Teresa se associou a ditadores e famosos salafrários que, nas horas vagas, se dedicavam à filantropia. De Jean-Claude Duvalier, por exemplo, ditador do Haiti acusado de corrupção e violação de direitos humanos, ela recebeu não só dinheiro, mas também uma homenagem. Já com James Keating, nebuloso investidor do mercado imobiliário americano de quem obteve patrocínio, a religiosa topou até fazer foto. No auge da arrecadação, estima-se que a congregação tinha o equivalente a R$ 102 milhões em caixa.
Aparentemente, todo o dinheiro arrecadado ia para a expansão das obras e não para a melhoria das condições de atendimento aos doentes nas instituições que já funcionavam. E as condições eram terríveis. Relatos de médicos que fizeram visitas aos centros de tratamento e cuidado geridos pela congregação apontaram, além da falta higiene crônica, ausência de equipamentos básicos para os cuidados prestados e tratadores sem treinamento ou qualificação. Seringas eram lavadas com água fria de torneira e doenças graves eram tratadas com analgésicos simples, como o paracetamol.
Em mais de uma ocasião Madre Teresa celebrou a dor como algo que enobrece. “O mundo ganha com esse sofrimento”, chegou a dizer. Curiosamente, quando adoecia, ela não se tratava nos centros geridos por ela, mas sim em hospitais de ponta na Índia e nos Estados Unidos.
Nos documentos levantados pelos canadenses, mais casos dessa ética eletiva são arrolados. Por exemplo, embora dura e inflexível, publicamente, em suas opiniões contra o divórcio, Madre Teresa fez vista grossa para o fim do casamento de Lady Diana, que, mesmo tendo se separado do príncipe Charles, continuou entre as preferidas da religiosa. Diana foi uma grande patrocinadora das Missionárias da Caridade. Será que é por isso que ela continuou sendo recebida e elogiada?
Também recaem dúvidas sobre o milagre reconhecido pelo Vaticano, que fez de Madre Teresa beata. Segundo os canadenses, o time de médicos que tratou a miraculada, a indiana Monica Besra, tem explicação científica para a cura do suposto tumor que ela tinha no abdome. Para eles, a massa, na realidade, nunca foi um tumor, mas sim um cisto, e ele desapareceu depois de nove meses de tratamento.
Reportagem completa aqui IstoÉ
Tenor tricordiano é convidado para gravação de ópera com orquestra na Polônia
Foto: Facebook/Adriano Bastos
Matheus Pompeu, de 30 anos, nasceu em Três Corações, estudou para ser tenor e agora foi convidado para a gravação de um CD de ópera na Polônia.
O projeto, parte de um festival de música de Varsóvia, capital polonesa, começa em agosto. Matheus foi convidado pelo maestro italiano Fabio Biondi, fundador da orquestra Europa Galante, que vai gravar o CD. O grupo é considerado uma referência na música erudita.
A gravação será no fim de agosto. O último dia, 24, será em um concerto no 14º Festival Internacional de Música de Varsóvia.
O convite para ser um dos tenores na gravação italiana inédita de “Halka” na Polônia veio após trabalhos na Espanha. Matheus mora em Valência, terceira maior cidade espanhola, desde setembro de 2017, quando foi aprovado em uma audição na Academia de Ópera Plácido Domingo.
segunda-feira, 16 de julho de 2018
Concurso para Seleção de Projetos Cinematográficos
Estão abertas as inscrições para o Concurso para Seleção de Projetos Cinematográficos – BNDES, promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O edital tem objetivo de premiar 17 projetos cinematográficos no formato longa-metragem e 5 projetos cinematográficos no formato curta-metragem de animação, realizados por empresas produtoras cinematográficas independentes brasileiras.
O concurso apresenta 7 categorias, que são:
• Ficção Grupo I – R$ 1.000.000,00 para cada projeto, com limite de 2 projetos;
• Ficção Grupo II - R$ 1.000.000,00 para cada projeto, com limite de 5 projetos;
• Curta de Animação - R$ 200.000,00 para cada projeto, limite de 5 projetos;
• Longa de Animação - R$ 1.500.000,00 para cada projeto, com limite de 2 projetos;
• Documentário - R$ 500.000,00 para cada projeto, com limite de 4 projetos;
• Coprodução América Latina - R$ 500.000,00 para cada projeto, com limite de 2 projetos de ficção, animação ou documentário;
• Finalização - R$ 500.000,00 para cada projeto, com limite de 2 projetos de ficção, animação ou documentário.
As inscrições irão até dia 15 de agosto e devem ser realizadas pelo formulário presente no site oficial (clique aqui para acessar).
quinta-feira, 12 de julho de 2018
MinC anuncia investimentos nas áreas de literatura, bibliotecas e museus
O MinC lançou, nesta terça-feira (3), o Programa Leitura Gera Futuro (#leituragerafuturo), que prevê investimento de R$ 6 milhões em três editais, voltados para a criação de bibliotecas digitais, a realização de feiras literárias e a publicação de livros com temática relacionada aos 200 anos da Independência do Brasil. No mesmo evento foi lançado, pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), a 4ª edição do Prêmio de Modernização de Museus, que vai garantir R$ 2,8 milhões em prêmios para iniciativas de modernização e preservação do patrimônio museológico brasileiro.
No total, serão quase R$ 9 milhões investidos em setores até então carentes de recursos. Os editais estão disponíveis para consulta na área de editais do portal do Ministério da Cultura (MinC). Desde 2015, o Departamento de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do MinC não lançava editais.
quarta-feira, 11 de julho de 2018
10ª Semana de Cinema (ex-Semana dos Realizadores) tem inscrições abertas
Estão abertas, até o dia 16 de julho, as inscrições para a 10ª Semana de Cinema (ex-Semana dos Realizadores), que acontecerá em novembro no Rio de Janeiro.
Filmes de curtas, médias e longas-metragens, finalizados em 2017 ou 2018, devem preencher a ficha de inscrição online, no site do festival, fornecendo um link para visionamento da obra completa. Serão aceitas inscrições de longas-metragens com duração a partir de 60 minutos e curtas e médias-metragens de até 59 minutos.
A lista de filmes selecionados será divulgada no mês de outubro.
terça-feira, 3 de julho de 2018
Torcer ou não torcer pela seleção brasileira de futebol
Tenho visto algumas postagens, nas redes sociais, de pessoas reclamando de quem não torce pela seleção brasileira na Copa do Mundo.
A principal justificativa é de que não se deve misturar futebol com política, também concordo que essa mistura não é saudável. Porém temos que observar que os políticos aproveitam da “cegueira” que o futebol promove e cometem barbaridades contra a população e gritamos gol, sem nos importar.
Durante a Copa do Mundo realizada no México, em 1970 a grande dúvida, que incomodava a parcela da população brasileira que tinha consciência política e que, portanto, se posicionava contra a ditadura, era se deveria ou não torcer ou até mesmo assistir aos jogos da Seleção Brasileira de Futebol.
A Seleção Brasileira de 1970 era a representante legítima do que havia de melhor no futebol brasileiro à época, diferentemente do que ocorre com a Seleção Brasileira dos dias de hoje.
Nomes como Pelé, Rivelino, Tostão e Carlos Alberto Torres faziam a festa da torcida nos times em que jogavam aqui mesmo no Brasil.
Não havia, como na Seleção de hoje, os jogadores chamados de “estrangeiros”. Todos jogavam no Brasil, o que criava grande empatia com o torcedor. Qualquer pessoa na rua dizia de cor a escalação do time, inclusive dos times onde cada atleta daquela seleção atuava.
O futebol ainda não havia sido tomado de assalto pelas grandes marcas, pelos grandes anunciantes. Os atletas não tinham assinados contratos milionários, e se preocupavam mais em jogar bola do que com cortes de cabelo exóticos ou desfilar a bordo de carrões com roupas de gosto duvidoso.
Portanto a grande contradição que havia entre torcer ou não pela “Seleção Canarinho” de 1970 não estava relacionada diretamente com a qualidade técnica daquele time, que, aliás, era magnífica.
A contradição entre torcer ou não residia no fato de que aquela Seleção representava oficialmente o regime político do país comandado pela ditadura militar, ou seja, todo e qualquer sucesso do time era automaticamente transformado em dividendo político pela ditadura.
Não foi a toa que o ditador Médici em pessoa levantou a taça da conquista da Copa do Mundo das mãos do próprio capitão da Seleção, Carlos Alberto Torres.
O ditador Emílio Garrastazu Médici, aliás, torcedor fanático por futebol, fez questão de associar sua imagem pessoal à imagem da Seleção Brasileira, vencedora da Copa do Mundo.
Esse é o grande perigo. O governo buscar méritos pela conquista e grande parte da população embarca nessa história. Ademais uma diferença gritante entre a seleção de 70 e a de hoje.
Hoje, por exemplo, suas cores e sua marca mais conhecida, a CBF, são instantaneamente relacionadas pelo povo ao golpe que roubou a democracia do país e o jogou na pior crise política de sua história.
Fica impossível dissociar a imagem de Neymar, principal jogador da Seleção atual, com a imagem de sonegador de impostos, ou mesmo da em vídeo gravado junto com o amigo Aécio Neves, apoiando a candidatura daquele que em sua campanha dizia que “combateria a corrupção”, mas foi flagrado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, além de ameaçar “matar antes da delação” o transportador da propina.
A Seleção Brasileira de 1970 ainda era a uma seleção de futebol, a despeito de ter sido cooptada e controlada pela ditadura.
Por pior que esse fato possa parecer, ainda dava para torcer por ela, valendo-se do argumento do futebol arte, do esporte enquanto cultura, do encantamento que aquele apanhado de jogadores muito acima da média exercia sobre o povo.
A seleção brasileira de 2018 é a seleção das grande marcas, a seleção do selfie, a seleção da meritocracia individual, a seleção dos escândalos, a seleção que dá manchetes pelo penteado de um jogador, ou das idas e vindas de seu relacionamento amoroso, mas que pouca ou nenhuma manchete dá por conta daquilo que seria, em tese, sua razão de existir: o futebol.
Não é uma seleção de futebol, é um grupo de representantes das marcas envolvidas no evento, meros anunciantes pagantes.
Se for campeã o governo golpista abusará em tirar vantagens, o mesmo governo que reduz as perspectivas de aposentadoria, de emprego e até o salário mínimo enquanto perdoa dívidas ao imposto de Renda de jogadores que recebem mais de cem mil reias mensais.
Finalmente, é bom lembrar que patriotismo não tem nada a ver com torcer ou não torcer pela vitória de um grupo de jogadores que representam uma corrupta instituição que é a CBF.
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