quinta-feira, 16 de julho de 2015

PARA QUEM QUISER CONHECER O PASSADO DE EDUARDO CUNHA

1 - Em 1989, o economista e empresário Paulo César Farias(PC Farias, do escândalo do Caixa 2 do Collor) convidou Eduardo Cunha a se filiar ao PRN e a integrar o núcleo da campanha presidencial do candidato Fernando Collor de Mello. Cunha atuou como tesoureiro do comitê eleitoral de Collor no Rio de Janeiro. 2 - Em 1991, atendendo à sugestão de Paulo César Farias, o presidente da república nomeou Cunha para o comando da Telerj, a então empresa fluminense de telecomunicações. 3 - O Tribunal de Contas da União constatou irregularidades na contratação de servidores sem concurso, tratamento privilegiado a determinados fornecedores e falhas na licitação para a edição de catálogos telefônicos. 4 - Responsável pela implementação da telefonia celular no Rio de Janeiro, Cunha envolveu-se em um escândalo de superfaturamento, quando foi descoberto que ele havia assinado um aditivo de US$ 92 milhões a um contrato da Telerj com a fornecedora de equipamentos telefônicos NEC do Brasil (então controlada pelo empresário Roberto Marinho), em vez de abrir nova licitação. 5 - Com a descoberta do Esquema PC em 1992, que culminaria no impeachment de Fernando Collor naquele mesmo ano, Eduardo Cunha foi exonerado da presidência da Telerj em 1993. 6 - Investigado no Esquema PC, Cunha negou ter participado desse esquema de corrupção. 7 - Aproximou-se do empresário Francisco Silva. Quando presidia a Telerj, Cunha o ajudou a renegociar uma dívida de 16 milhões de reais com o INSS, que saiu por 20% do valor original. Em gratidão, Francisco Silva apadrinhou Cunha e eles se tornaram sócios na empresa Montourisme Passagens e Turismo, 8 - Em 1996, Eduardo Cunha e outras 41 pessoas foram autuados em um dos processos que investigava o Esquema PC, chegando a ser réu em um dos maiores processos do caso, acusado de envolvimento com Jorge Luiz Conceição, o operador das contas fantasmas do chamado esquema de corrupção. Todavia, um acórdão da Primeira Turma do Tribunal Regional Federal concedeu naquele mesmo ano um habeas corpus a Eduardo Cunha e trancou a ação contra ele. 9 - Na declaração de renda referente ao ano de 1997 entregue ao Tribunal Regional Eleitoral, o candidato havia declarado rendimento anual de R$ 59.590,00, provenientes de pessoa física não identificada, e havia declarado seus pagamentos por serviços prestados à Rádio Melodia como provenientes de pessoa física e não jurídica.Ainda em sua prestação de contas ao TRE, Cunha declarou ter recebido R$ 216.418,68 de duas empresas, sendo que R$ 151.909,27 eram doações do Banco Boreal, instituição financeira que era a principal credora de altas dívidas do candidato. 10 - A outra empresa doadora, a Vise-Vigilância e Segurança Ltda, havia sido processada juntamente com Cunha pela Telerj por suspeita de irregularidades em um contrato entre a empresa de segurança e a companhia telefônica durante o período em que ele foi presidente. 11 - Em 1999, o governo de Anthony Garotinho nomeou Francisco Silva como secretário de Habitação, que por sua vez nomeou Cunha como subsecretário em agosto daquele ano. A secretaria foi extinta em outubro e foi substituída pela Companhia Estadual de Habitação, e Silva, que reassumiria seu mandato parlamentar, indicou Cunha para ocupar a presidência da nova empresa pública. 12 - Contudo, Cunha ficou no cargo por pouco mais de seis meses, tendo sido afastado em abril de 2000 por conta de denúncias de irregularidades em contratos sem licitação e favorecimento a empresas fantasmas. 13 - Ele foi acusado de favorecimento à construtora Grande Piso, de propriedade de um filiado do PRN, em quatro licitações que somavam R$ 34 milhões para o conjunto Nova Sepetiba, o maior projeto habitacional do governo Garotinho, mas foi constatado que a empresa não tinha condições para tocar as obras. 14 - Outro caso de irregularidades envolveu a empresa Caci, representada por Jorge La Salvia (ex-procurador de Paulo César Farias) que venceu duas concorrências de R$ 570 mil para auditar contratos imobiliários da Cehab. 15 - Em 2001, o Tribunal de Contas do Estado confirmou as diversas irregularidades nas licitações da Cehab, entre eles a adulteração da certidão negativa de tributos estaduais da Grande Piso e superfaturamento de preços praticados pela Caci, e notificou Cunha a se defender. 16 - Em discurso no plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, a deputada estadual Cidinha Campos (PDT) acusou o deputado Eduardo Cunha de ter feito negócios com o megatraficante de drogas colombiano Juan Carlos Abadía, preso em 2007 pela Polícia Federal. Segundo ela, o parlamentar teria vendido para o traficante uma casa em um condomínio em Angra dos Reis, no litoral fluminense, por cerca de US$ 800 mil dólares. O criminoso, depois, teria se arrependido do negócio e revendido o imóvel a Eduardo Cunha, pelo preço de US$ 700 mil dólares, dando ao deputado um lucro de US$ 100 mil dólares. A transação teria sido feita por meio de "laranjas". 17 - Em 2012 foi acusado de envolvimento na falsificação de documentos públicos que levaram ao arquivamento de procedimento no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, instaurado contra ele. Hoje responde três processos no Supremo Tribunal Federal (inquéritos 2123, 2984 e 3056 4 5 6 ). 18 - Assessores da Câmara e lobistas com acesso a parlamentares do PMDB relatam que Eduardo Cunha registra em uma agenda a lista de empresas - ligadas principalmente aos setores de energia, telefonia e construção civil - beneficiadas por sua atuação parlamentar. GRAND FINALE: Deu um golpe no regimento da Câmara e aprovou a redução da maioridade penal para as pessoas esquecerem que ele é um corrupto tentando fugir da Operação Lava-Jato.